SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar reduzir sua rejeição na corrida eleitoral de 2022 não surtiu efeito, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, feita de terça (20) a esta quinta (22).

Já a insistência bolsonarista em reativar o antipetismo que ajudou a colocá-lo no Palácio do Planalto no pleito de 2018 também se mostra com limitação no levantamento, que ouviu 6.754 pessoas em 343 cidades, com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O índice de confiança é de 95%.

Dizem não votar de jeito nenhum em Bolsonaro 52%, patamar igual ao da semana passada, quando afirmavam ter essa posição 53%. Da mesma forma, a rejeição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguiu estável, passando de 38% para 39%.

Níveis de rejeição assim são considerados fatais para postulações majoritárias. A campanha bolsonarista agiu para amainar a imagem do candidato e degradar a do adversário, orientada pelos aliados do centrão, preocupados com o baixo preço eleitoral que terão se tiverem de aderir a um governo Lula.

Nas últimas semanas, ele buscou reduzir sua retórica golpista contra o sistema eleitoral e se desculpou por barbaridades como a fala de que não era coveiro ao comentar a mortalidade na pandemia.

Sabendo o peso da rejeição feminina (52% da amostra populacional do Datafolha), de 56% nesta rodada, viu aliados isolarem um deputado bolsonarista que agrediu verbalmente uma jornalista.

Cereja do bolo, embarcou para uma viagem internacional dupla, ao funeral da rainha Elizabeth 2ª, em Londres, e à Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, onde tentaria lustrar o figurino.

Deu errado. No caso londrino, ainda houve vexames, como a confusão provocada por seus apoiadores em meio ao luto público e o uso eleitoral da viagem, com direito a uma ida a um posto de gasolina para comparar preços com os do Brasil, como se a renda do britânico fosse igual à do brasileiro. Resultado, viu a Justiça Eleitoral proibir o uso de suas imagens no exterior na campanha.

Já Lula, ansioso para tentar finalizar a disputa no primeiro turno, está fugindo de tudo o que é percebido como armadilha pelo seu comando de campanha. Não se compromete com metas ou temas econômicos e já desistiu de participar de um dos dois debates, neste sábado (24) no SBT.

Ele também tem buscado reforçar uma posição mais conciliadora, resumida no evento em que reuniu oito ex-presidenciáveis nesta semana. Não ajudou a reduzir sua rejeição, mas também não o atrapalhou.

No pelotão dos terceiros colocados, Ciro Gomes (PDT) viu sua rejeição estabilizada em 24%, assim como Simone Tebet, que oscilou de 14% para 15%. A pesquisa encomendada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo está registrada sob o número BR-04180/2022 no Tribunal Superior Eleitoral.


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