RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - O debate da TV Globo na noite desta terça-feira (27) foi marcado pela polarização entre os candidatos Danilo Cabral (PSB) e Miguel Coelho (União Brasil). O encontro não teve as presenças de Marília Arraes (Solidariedade) e Anderson Ferreira (PL).
Raquel Lyra (PSDB) esteve presente no debate, mas acabou escanteada pelos principais adversários e também pela ordem do sorteio para perguntar. Danilo e Miguel fizeram quatro confrontos entre si. Também participaram João Arnaldo (PSOL) e Pastor Wellington (PTB).
A corrida eleitoral em Pernambuco está acirrada na busca pela segunda vaga no segundo turno. Pesquisa do Ipec divulgada nesta terça-feira (27) mostra que Marília Arraes (Solidariedade) tem 34% das intenções de voto. No segundo pelotão, quatro candidatos aparecem embolados: Raquel Lyra (PSDB) tem 15%, Miguel Coelho (União Brasil), 13%, Danilo Cabral (PSB), 13%, e Anderson Ferreira (PL), 11%.
Ausente, Anderson Ferreira alegou que está em Brasília junto com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir estratégias de campanha. Marília Arraes (Solidariedade) não foi a debates até o momento.
No primeiro bloco do debate, Marília Arraes e Anderson Ferreira foram alvos dos adversários, que criticaram as ausências. Uma regra do debate permitia que, no primeiro bloco, candidatos ausentes pudessem ser questionados.
Assim que teve a oportunidade, Danilo Cabral fez uma pergunta a Marília para que ela pudesse apresentar três ações efetivas que teve quando foi secretária da Prefeitura do Recife. Em 2013, ela exerceu o cargo de secretária da Juventude do Recife no governo de Geraldo Julio (PSB), antes de romper com o seu antigo partido.
"A ausência de Marília é um desrespeito aos pernambucanos, fico sempre na dúvida se é medo ou despreparo", afirmou Danilo.
Raquel Lyra também fez pergunta direcionada a Marília Arraes, ausente. Citou falhas nas gestões do deputado federal Sebastião Oliveira (Avante), candidato a vice de Marília, como secretário de Transportes do primeiro mandato do governador Paulo Câmara (PSB).
Já Miguel Coelho optou por fazer contraponto a Anderson Ferreira. Com o adversário ausente, o ex-prefeito de Petrolina mencionou a tragédia das chuvas que deixaram 128 mortos em Pernambuco. Jaboatão dos Guararapes, cidade que foi governada por Anderson por mais de cinco anos, foi a cidade mais atingida pelos deslizamentos de terra. "Como confiar num candidato ausente?", perguntou Miguel.
No decorrer do debate, os confrontos entre Danilo Cabral (PSB) e Miguel Coelho (União Brasil) se replicaram. Foram quatro embates diretos entre os dois candidatos, o que acabou isolando Raquel Lyra (PSDB) do protagonismo.
Danilo e Miguel tiveram confrontos sobre educação, saúde e trocaram acusações. Em um dos embates, Danilo perguntou a Miguel sobre a doação feita por um empresário que está na lista suja do trabalho escravo, conforme revelado pelo UOL, à campanha do candidato da União Brasil.
"Já que você está indo para o jogo baixo, do desespero, você deveria falar das mais de sete operações da Polícia Federal contra o PSB. Até no Palácio do governo [os policiais] foram. Você foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado sobre a obra da navegabilidade [do Rio Capibaribe]", rebateu Miguel.
Danilo Cabral retrucou citando o pai de Miguel, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE): "líder do governo Bolsonaro, seu pai procurou o Ministério do Trabalho para tirar o nome desse empresário da lista suja do trabalho escravo".
Ao longo do debate, Miguel Coelho e Raquel Lyra buscaram durante suas falas elogiar as suas ações à frente das prefeituras de Petrolina e Caruaru, respectivamente. As cidades são as duas maiores do interior do estado.
Em várias falas, os dois se alfinetaram, comparando indicadores de qualidade de vida, vagas em creches e na qualidade do transporte público nos dois municípios.
Apoiado oficialmente pelo ex-presidente Lula (PT), Danilo Cabral buscou também se associar ao petista. A estratégia da campanha é tentar tirar votos lulistas que estão associados a Marília Arraes, que foi filiada ao PT por seis anos e lidera as pesquisas.
"Lula desenrola no Brasil e a gente desenrola aqui em Pernambuco a sua dívida", disse Danilo, em relação ao programa que pretende criar, se eleito, para reduzir as dívidas da população.
O postulante do PSB também culpou o governo Bolsonaro pelo desemprego no Brasil. Pernambuco tem o segundo maior índice de desempregados do país.
Em um duelo com a tucana, Danilo Cabral disse que o desemprego também é consequência da Reforma Trabalhista, apoiada pelo PSDB. Raquel prometeu incentivar o empreendedorismo e a geração de empregos em Pernambuco.
Raquel Lyra afirmou também que irá buscar recursos junto ao governo federal "independente de quem for o presidente da República". Em outro momento, Miguel Coelho adotou fala semelhante: "vou trabalhar junto com o governo federal, seja Lula, Bolsonaro, Soraya [Thronicke], não podemos ter governador com prepotência."
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