SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Candidato à Vice-Presidência na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) falou que há "muito de blefe" no discurso golpista do presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma tentativa de ruptura não teria apoio popular, afirma o ex-governador de São Paulo, que diz acreditar no "profissionalismo e seriedade" das Forças Armadas.

Alckmin participou da sabatina promovida por Folhade S.Paulo e UOL com candidatos à Vice-Presidência na manhã desta quinta-feira (29). Mara Gabrilli (PSDB) foi a entrevistada de segunda-feira (26), e Ana Paula Matos (PDT), a de quarta-feira (28). Braga Netto (PL), da chapa de Jair Bolsonaro (PL), não respondeu ao convite e não será entrevistado.

Questionado sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, Alckmin diz que não viu o início do processo com bons olhos, mas por fim seguiu o seu partido da época, o PSDB. Em 2014, a sigla pediu 'auditoria especial' no resultado das eleições após Aécio Neves (PSDB) ser derrotado.

"Você não pode dizer que foi golpe, porque quem presidiu foi o STF (Supremo Tribunal Federal). Agora, se me perguntarem se foi injusto, eu acho que foi. A Dilma é uma pessoa correta, honesta", afirmou o candidato.

Alckmin aceitou o convite de compor a chapa de Lula após passar anos no partido que rivalizava com o PT nas eleições presidenciáveis, o PSDB, e fazer duras críticas ao petista.

Uma das mais marcantes é de uma convenção partidária do final de 2017. "Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, meus amigos: ele quer voltar à cena do crime", afirmou, em referência aos casos de corrupção que estouraram quando o PT estava no Palácio do Planalto. O vídeo foi recuperado pela campanha de Jair Bolsonaro (PL), que incorporou a frase em seus discursos.

Atualmente Alckmin repete discurso de Lula ao afirmar que o então presidente não tinha controle de todos os funcionários do governo.

Na sabatina, ele disse também que o julgamento do petista foi parcial, com o objetivo de tirá-lo da corrida presidencial de 2018. Apesar disso, reconheceu casos de corrupção na Petrobras. "Houve e devem ser punidos", afirmou.

Em dezembro do ano passado, Alckmin se desfiliou do PSDB, após 33 anos no partido que ajudou a fundar. Ele foi duas vezes governador de São Paulo e concorreu duas vezes à Presidência pela sigla.


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