BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A atriz Thalma Freitas, apresentadora da propaganda eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diz não se abalar com as tentativas de ofendê-la por parte de perfis de direita.
Atribui a estratégia à falta de argumentos para desconstruir sua mensagem principal. "Eles preferem fazer piada idiota do que tocar num assunto muito mais importante, que é a fome. Preferem fugir da responsabilidade", afirma ela, que vive há dez anos em Los Angeles (EUA) e fez o trabalho à distância.
Nesta terça-feira (27), circulou uma imagem nas redes sociais mostrando uma foto de Thalma no programa e outra mais antiga, na qual ela aparece mais magra.
Junto, estava a seguinte frase: "A apresentadora do programa do Lula diz que a fome aumentou no Brasil...". Acima da primeira foto, uma indicação de que havia sido tirada no governo Lula; da segunda, no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Eles estão atacando a apresentadora porque não têm o que falar da apresentação. Sou uma mulher, tenho 48 anos de idade, engordei. E daí? É só isso que vocês têm para falar? Eu fico dando risada", provoca.
Segundo ela, até a forma de atacar, com base na aparência, é atrasada e infantil. "Eu não sou frágil, minha autoestima não é frágil. Eu tenho espelho em casa, sei que eu sou linda. Mais do que isso: minha beleza vem do carisma, das virtudes que tenho, da qualidade de pessoa que eu sou. Uma pessoa que se emociona, que tem coragem, que não tem medo de falar verdades duras na televisão para o país inteiro."
Thalma passou a ser atacada após um dos vídeos mais duros da campanha de Lula viralizar. Nele, a atriz afirma que Bolsonaro é "cruel" e montou em seu governo "uma estrutura do mal".
A peça destaca alguns dos momentos mais críticos da atual gestão. Aparecem, por exemplo, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles falando em "passar a boiada" da legislação ambiental numa reunião e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello declarando que "manda quem pode, obedece quem tem juízo", no auge da pandemia.
São exibidas ainda declarações do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub sobre corrupção no governo e de Bolsonaro garantindo que para resolver o problema ambiental bastava fazer cocô em dias alternados.
"Eles não se importam com a gente. Essa gente não tem amor pelo povo brasileiro", acredita Thalma. Ela também foi a apresentadora da "super live", evento organizado pela campanha petista com artistas, em São Paulo.
A atriz e cantora mora nos EUA desde que começou a se relacionar com o marido, que é irlandês. Os dois têm uma filha, que já nasceu lá.
Antes de ir, estrelou filmes como "As Filhas do Vento" e "O Xangô de Baker Street" e participou de novelas da TV Globo. Já no exterior, em 2019, foi indicada ao Grammy de melhor álbum de jazz latino pelo disco Surte!
Ela diz que nos últimos dias foi chamada de hipócrita, por estar defendendo um novo governo Lula, sem nem morar no Brasil. Segundo ela, a responsabilidade pelo que acontece no país também é dos residentes no exterior. "Vou morar fora e vou dar as costas ao Brasil? Não. O Brasil não está preso às suas fronteiras."
Thalma defende a necessidade de artistas se expressarem politicamente. "Nossa função política é muito humanista, é uma coisa do afeto, do sentimento, de sensações", acredita. E diz ter ouvido colegas relatarem medo de perderem os empregos caso declarassem voto.
A atriz afirma ter esperança de que a eleição acabe no primeiro turno. "A gente precisa se livrar de um mal muito grande que tomou a estrutura do nosso país. É muito grave o que tem acontecido. Não importa que as pessoas falam de mim nas redes sociais, eu não ligo. O importante é o que elas estão falando da mensagem que a gente quis passar", conclui.
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