SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu nesta quinta-feira (6) à declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os nordestinos.
"Quem tiver uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse negacionista, nesse monstro que governa esse país. Ele tem que aprender uma lição. Ele que vá pegar voto de miliciano, daqueles que mataram Marielle [Franco]. Ele que vá pegar voto daqueles que foram responsáveis pelas mortes na pandemia, vá pedir voto da quadrilha chefiada pelo Queiroz, pedir voto pra quem está organizando 'rachadinha' dos filhos no Rio", disse Lula.
Nesta quarta (5), Bolsonaro citou o analfabetismo no Nordeste para tentar explicar a derrota sofrida pelo ex-presidente na região.
"Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Você sabe quais são esses estados? No nosso Nordeste. Não é só taxa de analfabetismo alta ou mais grave nesses estados. Outros dados econômicos agora também são inferiores na região", disse.
"Esses estados do Nordeste estão há 20 anos sendo administrados pelo PT. Onde a esquerda entra, leva o analfabetismo, leva a falta de cultura, leva o desemprego, leva a falta de esperança. É assim que age a esquerda no mundo todo", afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais.
O petista rebateu e afirmou que os nordestinos ajudaram a construir "cada metro de asfalto" do Brasil.
"As pessoas que são analfabetas não são por sua responsabilidade, ficaram analfabetas porque esse país nunca teve um governo que se preocupasse com educação. A cidade de São Bernardo, de Santo André nunca tiveram direito de ter uma universidade federal. Foi um metalúrgico quase que analfabeto que trouxe a universidade para cá", disse. O ex-presidente governou o país de 2003 a 2010.
O petista também afirmou que a militância precisa estar atenta às fake news, dizendo que "a verdade engatinha enquanto a mentira corre".
Ele incentivou que seus apoiadores dialoguem com indecisos para tentar votos e sugeriu que eles comparassem o legado dos governos petistas com o de Bolsonaro.
Em um aceno ao eleitorado feminino, disse que, caso eleito, garantirá paridade salarial entre homens e mulheres, proposta defendida pela senadora Simone Tebet (MDB), que declarou apoio ao petista no segundo turno.
"Nós vamos regulamentar para que a mulher, fazendo o mesmo trabalho, ganhar o mesmo salário do homem. Porque a mulher não pode ser tratada como cidadão de segunda classe."
Lula participou de caminhada em São Bernardo do Campo, São Paulo, seu berço político, na manhã desta quinta. Ele estava acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), do candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad, e do líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL), eleito deputado federal no domingo (2).
A caminhada começou ao meio-dia, em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e seguiu até a praça da Matriz, onde Lula discursou. O percurso durou cerca de uma hora.
Apoiadores do petista começaram a se concentrar no local a partir das 9h. Lula acompanhou o trajeto em cima de uma caminhonete sem proteção no teto e nas laterais. Um cordão de militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do sindicato cercou o carro ao longo do caminho.
Ao longo da campanha, a segurança do candidato petista foi motivo de preocupação. Não houve tumultos nem confrontos ao longo do trajeto. A caminhada foi embalada por jingles da campanha.
Lula acenou e cumprimentou apoiadores. Em um certo momento, ele posou com as bandeiras do Brasil e do estado de São Paulo. Um menino de cadeira de rodas foi levantado por apoiadores de Lula para cumprimentar o ex-presidente.
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