SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), está repassando para as campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e do candidato ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) o mapa dos prefeitos do estado, com cargos, convênios e interesses específicos para que eles sejam abordados em busca de adesão ao bolsonarismo.
De acordo com cálculos da campanha, Rodrigo Garcia teve o apoio de 480 prefeitos no primeiro turno. Destes, 180 pediram votos para Bolsonaro. Outros 300 não entraram na campanha presidencial, já que o governador se manteve neutro na disputa.
No segundo turno, eles poderiam aderir como cabos eleitorais sem qualquer constrangimento.
Os cálculos coincidem com os de apoiadores de Fernando Haddad (PT), que também tentaram atrair Garcia para um acordo com o PT, sem sucesso.
De acordo com integrantes da campanha de Bolsonaro, o apoio de Garcia a Tarcísio não faz a menor diferença ?eles consideram que o candidato ao governo já abriu larga vantagem sobre Haddad e dificilmente perderá a eleição para ele. Os votos de Garcia já teriam migrado para o bolsonarista.
Já Bolsonaro, que venceu no primeiro turno em São Paulo, tem como prioridade absoluta ampliar a vantagem sobre Lula (PT) no estado, para compensar a explosão de votos que o petista deve ter no Nordeste, segundo a previsão de estrategistas de sua campanha.
O governador de SP foi escalado pelos bolsonaristas, portanto, para a tarefa de ajudar a turbinar votos em Bolsonaro no estado, azeitando o contato com os prefeitos para que eles se transformem em cabos eleitorais do presidente.
Bolsonaro e Tarcísio têm pouca familiaridade com políticos de São Paulo, e Garcia pode ajudar nessa aproximação, que já tem sido viabilizada também por lideranças como Gilberto Kassab (PSD).
O governador teria o trunfo de conhecer profundamente os interesses dos administradores municipais, por ter tratado de obras e recursos diretamente com eles nos quatro anos em que foi vice-governador de João Doria (PSDB).
A expectativa de vitória de Tarcísio, acreditam, ajuda a atrair apoios para Bolsonaro. Os prefeitos têm grande dependência de transferências de recursos do governo estadual, e por isso mesmo interesse em se aproximar daquele que, acreditam, sairá vitorioso no estado no dia 30 de outubro.
Jair Bolsonaro teve 47,71% dos votos em São Paulo, contra 40,89% de Lula.
O desafio do petista é não perder eleitores paulistas, e recuperar a diferença em estados do Nordeste, onde já tem larga vantagem.
A meta dos bolsonaristas é ampliar a vantagem não apenas em São Paulo, mas também em Minas, para compensar o eventual crescimento do ex-presidente em outras regiões.
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