SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou um boné com a sigla "CPX", na quarta (12), em caminhada de campanha no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.

O item foi atacado por apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais, que disseram que o acrônimo é de uma gíria de grupos criminosos, o que não é verdade.

"CPX" é abreviação para "complexo", como são chamados os conjuntos de favelas cariocas. A simplificação é usada pelos moradores dos locais, pela polícia e pelo governo ?a sigla também aparece na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2023 do estado do Rio.

Para Rene Silva, fundador do Voz das Comunidades, jornal comunitário das favelas do Rio, o ataque é "criminoso".

"Criar uma Faks News (sic) sobre o boné CPX que é abreviação de complexo pra dizer que é associado ao tráfico, é criminoso demais", escreveu, acrescentando imagens de roupas estampadas com a abreviação.

O uso comum da sigla não impediu que o ex-ministro e deputado eleito Mario Frias (PL) publicasse a associação nas redes sociais.

Outros perfis, como os da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também compartilharam imagens com o mesmo teor.

O ator e comediante carioca Marcelo Adnet também criticou o uso da sigla pelos bolsonaristas.

"Conseguiram enxergar a palavra 'cupincha', que sequer é usada no Rio, na sigla CPX, que é largamente usada e sabemos ser de 'complexo'", escreveu.


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