SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A última semana da campanha para o governo de Pernambuco extrapolou o âmbito da Justiça Eleitoral e se transformou numa batalha jurídica entre as candidatas Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes (Solidariedade).
Nesta quinta (25), Lyra fez uma interpelação judicial à adversária numa Vara Criminal de Recife (PE), em razão de uma acusação feita por Arraes sobre um episódio ocorrido em 2012. Na época, a tucana era secretária estadual da Juventude.
Em setembro daquele ano, uma rebelião na Funase (Fundação de Atendimento Socioeducativo), órgão estadual de assistência a jovens infratores, resultou na morte de um jovem de 16 anos, que teve o corpo esquartejado. A fundação é ligada à secretaria, embora goze de autonomia funcional.
Em debate na última segunda-feira (24) e no seu programa eleitoral, Arraes acusou a adversária de ser responsável pelo ocorrido.
"Ela [Lyra], quando foi secretária da Infância e Juventude, jovens foram massacrados, torturados, muitos deles mortos", disse. "Esse terror não pode voltar para Pernambuco", completou.
Na ação judicial, a tucana se defende, dizendo que estava em licença maternidade durante a ocorrência e que não tinha ingerência sobre a Funase naquele momento. Pede ainda à adversária que especifique quais atos de terror teriam sido causados durante sua gestão na secretaria.
"Faz-se necessário que a interpelada [Arraes] esclareça as afirmações atribuídas, que caracterizam a prática dos delitos de calúnia, difamação e injúria", afirma a representação de Lyra.
A disputa em Pernambuco está acirrada. Segundo pesquisa do Ipec divulgada nesta terça (25), Raquel Lyra tem 54% dos votos válidos, contra 46% de Marília Arraes.
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