SÃO JOÃO DE MERITI, RJ (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou nesta quinta-feira (27) sob forte proteção de seus seguranças durante um ato em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Durante a sua fala, ele não repetiu os ataques ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Bolsonaro discursou por dez minutos envolto a todo momento por duas pastas antibalas, seguradas por agentes de segurança. Ele também usava o habitual colete a prova de balas.

O equipamento costuma acompanhar os agentes que fazem a segurança dos candidatos, mas só costumam ser usados em casos extremos.

A pasta balística se assemelha a uma maleta de viagem. Ela pode ser aberta, ampliando a área protegida.

Não havia motivo aparente para o reforço na proteção. Antes de discursar, Bolsonaro circulou num carro de som pela Baixada Fluminense acompanhado de aliados sem os equipamentos.

Bolsonaro atrasou por cerca de 1h30 para chegar ao local do comício, enquanto pessoas mais velhas passaram mal em razão do forte calor na praça da Matriz.

Em sua fala, Bolsonaro voltou a fazer os ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu rival no segundo turno da eleição presidencial, e defendeu seu mandato.

"Teremos uma das eleições mais importantes do nosso Brasil. Mais do que eleger um presidente, identificado com vocês, é o que nós queremos para o nosso Brasil. É a volta do passado e da corrupção, ou é a manutenção nesse rumo, da paz, do trabalho e da ordem e do progresso?", questionou.

Na fala de dez minutos, ele nem sequer mencionou as críticas ao TSE, que se intensificaram nesta última semana de campanha. Também não mencionou as acusações feitas sua campanha de que as peças de sua campanha estão sendo boicotadas por rádios das regiões Norte e Nordeste.

O presidente discursou ao lado do governador reeleito Cláudio Castro (PL), do prefeito de São João de Meriti, Dr. João (PL), do deputado estadual Marcio Canella (União), reeleito como o mais votado do estado, e outros aliados.

Bolsonaro também sugeriu que pretende receber a equipe do Flamengo no aeroporto, caso vença a final da Libertadores neste sábado (29), contra o Athlético-PR. O jogo será no Equador. Bolsonaro costuma falar que torce para o Botafogo no Rio de Janeiro.

"No dia 29, no sábado, à tarde, vamos dar uma pausa porque todos nós seremos Flamengo. Vamos ganhar a Libertadores. E vamos receber o Flamengo no aeroporto do Rio de Janeiro. Vamos todos receber o Flamengo no sábado, no aeroporto do Galeão".

A ausência de ataques ao TSE chama a atenção por causa da elevação da temperatura política nos últimos dias. O comício no estado do Rio acontece um dia após decisão do presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, que rejeitou a ação apresentada pela campanha do presidente sobre suposto boicote de rádios na veiculação da propaganda eleitoral.

A questão das inserções de rádio e televisão resultaram em uma mudança no roteiro de campanha do presidente, o que levantou dúvidas de que o chefe do Executivo poderia tomar alguma medida mais drástica. Bolsonaro seguiria de Minas Gerais direto para o Rio, mas decidiu seguiu para Brasília. Convocou uma reunião com os três comandantes militares, o ministro Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e outros integrantes do governo.

Após o encontro, realizou um pronunciamento no qual insistiu em acusações sem provas de supressão de seu material de propaganda e fez novos ataques a Moraes, argumentando que ele "matou no peito" a ação. Também disse que iria recorrer da decisão "até as últimas consequências", mas dentro das "quatro linhas da Constituição".


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