BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os resultados oficiais das 13 eleições presidenciais realizadas no Brasil desde a Era Vargas mostram que somente o caudilho gaúcho descumpriu a "regra" segundo a qual para ser eleito no país é preciso vencer em Minas Gerais.
Depois de comandar a ditadura do Estado Novo de 1937 a 1945 e ser deposto, Getúlio Vargas (1882-1954) disputou as eleições de 1950 pelo PTB --antepassado do atual PDT-- e derrotou o brigadeiro Eduardo Gomes, do conservador UDN --antecessor da Arena e da maioria dos atuais partidos de direita.
Vargas perdeu em Minas por 34,8% a 32,9%, mas superou nacionalmente o brigadeiro por 48,7% a 29,7% dos votos válidos. O histórico dessas eleições com o enfoque sobre Minas foi publicado inicialmente pelo site Poder 360.
Naquela eleição, Getúlio perdeu, além de Minas, apenas nos estados do Piauí e Ceará.
Quatro anos depois e em meio a uma aguda crise política, o presidente se mataria no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital da República.
Excetuada essa eleição, em todas as outras 12 o presidente eleito sempre venceu em Minas Gerais.
Os resultados oficiais colhidos pela Folha de S.Paulo no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais e no Tribunal Superior Eleitoral mostram que, proporcionalmente, coube a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) os resultados mais expressivos.
Nas duas vezes em que foi eleito, em 2002 e 2006, o petista obteve, respectivamente, 66,5% e 65,2% dos votos válidos no estado.
A maior diferença em pontos percentuais em Minas em relação ao obtido nacionalmente coube ao mineiro Juscelino Kubitschek (PSD), que em 1955 foi eleito derrotando Juarez Távora, da UDN.
Na ocasião, JK conseguiu 35,7% dos votos válidos nacionalmente, mas em Minas seu desempenho foi 22 pontos percentuais acima --58,4%.
Depois de Vargas, o presidente eleito com mais baixo desempenho em Minas foi Jânio Quadros (PTN), que obteve 44,5% dos votos válidos em 1960.
No primeiro turno das eleições de 2022, Lula venceu Jair Bolsonaro (PL) por cinco pontos percentuais de diferença, 48,3% a 43,6%, praticamente o mesmo resultado nacional.
Dados da Justiça Eleitoral analisados pela Folha de S.Paulo, no entanto, reforçam ser Minas Gerais a parte que melhor representa o todo, com os resultados mais semelhantes aos do país em diferentes indicadores.
Segundo especialistas, a principal explicação é o fato de o estado ser também o que melhor resume o país em sua diversidade, em termos geográficos, demográficos e socioeconômicos.
O estado tem o segundo maior colégio eleitoral do Brasil (15,8 milhões), só atrás de São Paulo (33,1 milhões).
Pelo tamanho e por ser considerado o "espelho" do resultado nacional, Minas se tornou prioridade nas campanhas de Lula e Bolsonaro neste segundo turno. Os candidatos, seus vices e alguns dos principais cabos-eleitorais dos presidenciáveis visitaram, mais de uma vez, diversas cidades do estado.
De acordo com pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira (27), Lula segue à frente em Minas, com 48% das intenções de Voto, contra 43% de Bolsonaro.
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