SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, chamou seu adversário, Jair Bolsonaro (PL), de mentiroso e disse ser vítima neste sábado (29), véspera do segundo turno, de notícias falsas sobre um plano inexiste da campanha petista para acabar com o Microempreendedor Individual (MEI).
A ação, segundo o ex-presidente, é orquestrada nas redes sociais pela base bolsonarista. "Eles estão nas redes dizendo que eu quero acabar com MEI. Eu, sinceramente, não consigo conceber como alguém disputa uma eleição mentido descaradamente a campanha inteira. Não tem limite", disse Lula em entrevista coletiva.
A declaração foi feita depois de debate entre os dois candidatos nesta sexta (28) na TV Globo, quando surgiu uma discussão sobre o MEI foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter e alcançou picos de buscas no Google.
Em determinado momento, o presidente pediu que o petista o parabenizasse pelos empregos criados apesar da pandemia, mas Lula rebateu dizendo que "colocaram o MEI como se fosse emprego [na conta]" e que, "na sua época, tinha carteira profissional assinada".
A partir daí gerou-se um debate virtual sobre o conceito da sigla, com uma forte mobilização bolsonarista. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por exemplo, escreveu no Twitter: "MEI não é trabalho, dia Lula em debate. O que Lula tem contra quem é MEI? [sic]".
Diante da repercussão do caso, Lula voltou a chamar Bolsonaro de descontrolado e disse que seu adversário "não tem condição psíquica" para governar um país do tamanho do Brasil. "A questão dele é psíquica porque ontem ele entrou no debate nervoso".
Lula abordou o assunto também em seu perfil no Twitter. O ex-presidente lembrou que o MEI foi criado durante seu governo e afirmou que o atual mandatário mudou a sistemática de contabilizar empregos.
"O MEI foi criado por mim, fizemos o Simples [Nacional]. E agora mentem que eu quero acabar com o MEI, ou que acho que MEI não é trabalhador. Como pode? ", escreveu.
O ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica acompanhou Lula na coletiva. Também estiveram presentes o vice do petista, Geraldo Alckmin, o candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad, a ex-ministra Marina Silva, a senadora Eliziane Gama e a socióloga Rosângela sa Silva, a Janja, esposa de Lula.
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