SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - João Amoêdo, fundador do partido Novo, que declarou voto em Lula no 2º turno, apresentou notícia-crime à Procuradoria-Geral Eleitoral contra um grupo de membros do partido.

A reação é mais um capítulo da crise que se desenrolou no Novo porque a presidência da legenda e alguns membros não aceitaram quando Amoêdo declarou voto em Lula publicamente há cerca de 15 dias. Ele foi alvo de um pedido de desfiliação protocolado pelo grupo e teve sua filiação suspensa na quinta-feira (27) na comissão de ética eleitoral do partido.

Na notícia-crime, Amoêdo cita os membros da comissão Rodrigo Sanches, Rafael Boskovic, Charbel Maroun e Alexandre Souza, além dos deputados Gilson Marques e Marcel Van Hattem, e Eduardo Ribeiro, presidente do diretório nacional do Novo.

Segundo Amoêdo, houve, na reação dos membros do partido, uma tentativa de impedir outros filiados de manifestarem seus votos publicamente, como ele havia feito.

O fundador da sigla diz que a decisão da comissão de ética de desfiliá-lo foi divulgada por meio de um informe geral enviado a todos os filiados por email, em ampla publicidade, o que teria a finalidade eleitoral de inibir que outros filiados também declarassem voto publicamente, segundo ele.

"Ao fazer isso, a minha motivação é que outros filiados que desejem declarar seu voto tenham o seu direito, como cidadão, preservado. E que não tenham esse tipo de constrangimento. Neste ano, também temos visto em empresas esse assédio eleitoral. É um crime que está sendo cometido", afirma Amoêdo.

Ele diz ter ouvido de pessoas do Novo que gostariam de declarar seu voto, mas optaram por não fazer por receio de sofrer sanções.

Procurado pela reportagem, o partido diz que "não foi notificado sobre eventual notícia-crime e, portanto, não tem nada a declarar sobre o assunto".


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