SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes intimou o ministro da Justiça, Anderson Torres, para que ele explique, no prazo de três horas, operações policiais deflagradas no segundo turno das eleições que supostamente beneficiariam a campanha de Jair Bolsonaro (PL).
A decisão se dá no âmbito de uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) protocolada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), que diz que há aparelhamento das instituições em favor do atual presidente.
As operações policiais supostamente prejudicariam a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Neste sábado (29), em publicação no Twitter, o ministro afirmou que a pasta fará uma grande operação para evitar crimes eleitorais que envolverá a integração de 10 mil policiais federais com cerca de 500 mil agentes das forças de segurança estaduais.
"As polícias do Brasil estão preparadas para dar essa segurança, mas vamos fazer o controle de tudo isso através do Centro Integrado de Comando e Controle, aqui de Brasília", disse ele, em vídeo. Torres também afirmou que, na sexta (28), foram apreendidos quase R$ 5 milhões em dinheiro, sem dar detalhes.
A ação do PSB afirma que há um "movimento de escalada para forjar um fato político às vésperas do segundo turno".
E segue: "Na última semana, o uso da máquina estatal foi claramente intensificado com o objetivo de causar prejuízos ao processo eleitoral. As instituições persecutórias encontram-se preocupantemente aparelhadas por correligionários do atual presidente da República, sem qualquer independência de atuação".
Neste sábado (29), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, deu quatro horas para que os diretores da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) expliquem operações das corporações que foram deflagradas para o segundo turno das eleições.
O ministro recebeu neste sábado (29) uma notícia de fato apresentada pelo PT, afirmando que as corporações estão sendo usadas com o intuito de prejudicar Lula na reta final das eleições.
A notícia fato que foi apresentada pelo PT cita reportagens veiculadas na imprensa que indicariam o aparelhamento da PF e da PRF. Uma delas, publicada no UOL na sexta (28), noticia que o Ministério Público Eleitoral (MPE) abriu apuração preliminar sobre suposto uso eleitoral da PRF a favor da reeleição de Bolsonaro. A medida foi tomada após a corporação instaurar processo contra um servidor que declarou voto em Lula.
Outra reportagem citada na representação petista é da CNN Brasil que afirma que o Ministério Público Federal apura indícios de utilização eleitoral da PRF.
Também faz parte da ação notícia dada pela coluna Mônica Bergamo, do jornal FOlha de S.Paulo, em 12 de outubro, sobre informação recebida por dirigentes do partido a respeito de uma nova operação da PF que poderia atingir aliados de Lula a poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais.
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