MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Indígenas do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, afirmam ter havido menor disponibilidade de ônibus para que pudessem votar em zonas eleitorais em Querência (MT), cidade a 717 km de Cuiabá, neste domingo (30).

Eles culpam o prefeito da cidade, Fernando Gorgen (DEM), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A redução do número de ônibus do primeiro para o segundo turno, segundo os indígenas, ocorreu após a percepção de que os moradores das aldeias dão maior apoio ao ex-presidente Lula (PT), que disputa a Presidência com Bolsonaro.

Segundo integrantes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) em Querência, uma parte dos ônibus com indígenas do Xingu chegou às seções de votação. O atraso teria ocorrido por más condições das estradas, em comparação com o primeiro turno, segundo esses integrantes do tribunal.

O cacique Siranho Kaiabi, da aldeia Ilha Grande, afirma que apenas os moradores das aldeias mais próximas à cidade conseguiram votar. Os demais já desistiram de chegar a Querência para a votação.

Ao todo, são 3 mil indígenas de seis etnias na área de influência da cidade. As distâncias do município às aldeias variam de 80 a 210 km.

"Somos cidadãos também, e temos todo o direito de votar para escolher nossos representantes", disse o cacique. "No primeiro turno, houve o suporte. Agora não estão mandando os ônibus nessas aldeias."

O prefeito não respondeu aos questionamentos da reportagem.


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