BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Auxiliares de Jair Bolsonaro (PL) acreditam que, se a onda do voto útil em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tivesse ocorrido nesta semana, o risco de derrota no primeiro turno teria sido alto.
Nos levantamentos internos feitos pelos bolsonaristas, o petista cresceu de maneira relevante nos últimos dias, mas, passada a euforia dos apoios mais importantes, a onda acabou refluindo. Se tivesse ocorrido nesta semana, avaliam, não haveria tempo hábil para reverter.
Pelo Datafolha divulgado nesta quinta-feira (29), Lula aparece com 50% de votos válidos, o que mantém a possibilidade de vitória em primeiro turno. Bolsonaro tem 36%.
Fazendo um balanço da campanha, integrantes da equipe do presidente avaliam que deveriam ter sido mais incisivos para conquistar o voto antipetista. Lamentam não terem exposto mais cedo e com mais força os escândalos de corrupção, principalmente para o eleitor jovem, que não viveu o mensalão.
Avaliam ainda que poderiam ter focado mais no eleitor da classe D e E com uma mensagem que independesse de gênero. O presidente tem alta rejeição entre as mulheres.
Ainda assim, comemoram ter recuperado o voto do chamado "bolsonarista arrependido" e ter conseguido mostrar a agenda positiva principalmente na área econômica. Há a percepção de que, antes, o foco ficava restrito à área da infraestrutura, comandada pelo ex-ministro Tarcísio de Freitas.
Estrategistas acreditam também que Bolsonaro amadureceu ao longo da campanha, conseguindo controlar mais os arroubos de irritação e ouvindo mais a equipe. Segundo um desses auxiliares, o presidente sai com "outra envergadura".
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