SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Influenciadores digitais alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) reduziram a sua participação nas redes sociais às vésperas do primeiro turno das eleições deste domingo (2). A mudança de comportamento foi identificada pela .MAP, agência de análise de dados e mídia.
As menções feitas pelo grupo ao processo eleitoral corresponderam a 12,3% de todos os comentários sobre o tema realizados nesta semana, ante um pico de 17,3% conquistado no final de agosto ?uma queda de cinco pontos percentuais.
A perda de participação chama a atenção diante do engajamento observado entre a direita bolsonarista nos últimos anos e em um cenário em que o atual presidente chega ao primeiro turno com 36% dos votos válidos, de acordo com a última pesquisa do Datafolha.
A queda também foi observada entre influenciadores digitais que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto o segmento vinha apresentando um movimento ascendente, chegando a responder por 9% das interações relacionadas às eleições em agosto, na última semana ele se fez presente em apenas 4,8% das postagens.
O arrefecimento à direita e à esquerda, por outro lado, não se refletiu na participação geral dos influenciadores no debate sobre as eleições. Ao todo, o grupo representou 38% das publicações feitas no Facebook e no Twitter nos últimos dias.
A alta foi puxada pelos chamados "nem nem", perfis que não costumam se posicionar massivamente à direita ou à esquerda nas redes. Partindo de um índice de participação de 11% registrado em agosto, o segmento chegou a 19% às vésperas do primeiro turno.
A apresentadora Xuxa, as cantoras Anitta e Pabllo Vittar e artistas do cinema e do teatro foram considerados pela .MAP como os influenciadores de grande projeção que integram o grupo "nem nem".
"Na reta final, até para honrar a posição de influenciadores e a presença que mantêm na sociedade, o posicionamento político se tornou fundamental", afirma a diretora-geral da .MAP, Marília Stabile, sobre a movimentação.
A análise da .MAP foi feita a partir de uma amostra diária extraída de um universo de 1,4 milhão de postagens no Twitter e no Facebook. Foram considerados influenciadores aqueles que têm mais de 50 mil seguidores em suas contas. Publicações e interações de perfis identificados como robôs foram descartadas da análise da agência.
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