SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Reunidos em duas salas da seccional paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), no centro de São Paulo, representantes de 31 entidades passaram o domingo (2) monitorando notícias, redes sociais e aplicativos de mensagem em busca de informações de conteúdos que pudessem desestabilizar o processo eleitoral.

Também mantiveram contato próximo a autoridades, como as do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O balanço foi de um dia repleto de desinformação, mas que não refletiu, até o final do dia, em tumultos generalizados no mundo real.

Por volta de 15h, a presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, avaliava que o dia ocorria "com mais normalidade do que se acreditava" pelo fato de as ocorrências em zonas eleitorais terem sido pontuais, como o caso de um eleitor que esmurrou uma urna eletrônica na Paraíba.

Em sua visão, o principal problema até aquele momento eram as grandes filas para votação, cuja razão ela dizia ser preciso avaliar melhor. Entre as hipóteses para explicar, estão a estreia da biometria e um eventual maior comparecimento.

Diretora executiva da Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), Mônica Sodré, também viu indícios positivos de que a votação transcorreu relativamente com tranquilidade, com ocorrências pontuais.

Havia apreensão após pesquisa Datafolha encomendada pela Raps e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrar que 67,5% dos entrevistados dizem ter medo de agressões físicas em razão de sua escolha política.

Segundo Mônica, a ideia era seguir na vigília na sede da OAB-SP "sem hora para terminar", segundo ela.

Se o balanço das ocorrências até o final do dia tinha pontos positivos, o monitoramento das redes sociais encontrou considerável circulação de desinformação.

Canais bolsonaristas veicularam ao longo do dia a narrativa sem nenhuma evidência de que as longas filas registradas em alguns locais de votação atingiam sobretudo eleitores vestidos de verde e amarelo, que tendem a ser simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Diante das ameaças do presidente ao sistema eleitoral, as entidades também têm feito um trabalho para tentar obter um reconhecimento rápido do resultado por outros países.

Representantes já estiveram no Departamento de Estado dos EUA, no Capitólio e no Parlamento Europeu.

No final do dia, o balanço positivo foi confirmado em nota divulgada pela presidente da OAB-SP.

"Até o momento não foi identificado nenhum fato que possa comprometer a lisura do resultado ou colocar em dúvida o procedimento. O dia de hoje reforçou que as urnas eletrônicas são seguras e servem de exemplo. Após 25 anos da adoção das urnas, está mais do que comprovada sua efetividade", afirmou Vanzolini.

Em nota divulgada no final do dia, a organização Transparência Eleitoral Brasil apontou que permanecia baixo o número de relatos de falha técnica em urnas.

Quatro observadores da entidade foram impedidos de acompanhar as eleições em algumas das seções eleitorais visitadas, em razão de desconhecimentos dos integrantes da mesa eleitoral sobre as regras para o procedimento.


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