PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - O segundo turno ao governo do Rio Grande do Sul será entre o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) e o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), segundo resultado divulgado neste domingo (2).

A surpresa se deu na colocação dos candidatos no primeiro turno. Ao contrário do que anunciavam as últimas pesquisas, Onyx terminou o primeiro turno à frente de Leite ?que concorre à reeleição mesmo tendo renunciado ao cargo de governador. Com quase a totalidade dos votos apurados do Rio Grande do Sul, o ex-ministro tinha 37,5% dos votos, seguido por Leite (26,81%) e o petista Edegar Pretto (26,77%).

No segundo pelotão, aparecem Luis Carlos Heinze (PP), com 4,28%, Argenta (PSC), com 2% e Vieira Cunha (PDT), com 1,6%. Ricardo Jobim (Novo), Vicente Bogo (PSB), Rejane de Oliveira (PSTU) e Carlos Messalla (PCB) tiveram menos de 1% cada um.

Leite chegou a correr o risco de ficar de fora até mesmo do segundo turno, ameaçado pelo crescimento de Edegar Pretto (PT). Apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Pretto foi o terceiro colocado a menos de 0,01 de Leite. Até 99% de apuração, o tucano ainda poderia ser ultrapassado pelo petista.

Onyx é deputado federal e um aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi ministro de quatro pastas ao logo do governo passado: Casa Civil, Cidadania, Secretaria-geral da Presidência e Trabalho e Previdência. Já foi definido por Bolsonaro como um "curinga" na Esplanada.

Durante a campanha, Onyx se apresentou como um opositor ao fechamento de estabelecimentos comerciais durante a pandemia, pelo qual responsabiliza Leite e outros governadores. Também declarou ter coordenado a implementação do auxílio emergencial.

Leite foi eleito governador nas eleições passadas, mas renunciou em 28 de março para uma derradeira tentativa de se viabilizar candidato à presidência da República, mesmo já tendo perdido as prévias do PSDB para o então governador de São Paulo, João Doria.

Nenhum dos dois lançou candidatura, e Leite apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB) mantendo um discurso avesso à polarização nacional.

Embora tenha prometido não se candidatar a um segundo mandato no passado, o tucano justificou a decisão de concorrer novamente para evitar que seu projeto de governo fosse comprometido por "políticos populistas" tanto à esquerda quanto à direita.

Ainda que tenha realizado a campanha fora do cargo, Leite tenta ser o primeiro governador a se reeleger no Rio Grande do Sul.

Leite e Onyx têm visões divergentes sobre o regime de recuperação fiscal, que foi firmado esse ano e prevê o parcelamento da dívida do governo do Rio Grande do Sul com a União. Enquanto Leite alega que o RS está com as contas em dia e promete cumprir o acordo, Onyx promete tentar uma renegociação, sobretudo em questões relativas a incentivos fiscais.

Natural de Porto Alegre, Onyx completa 68 anos nesta segunda-feira (3). É médico veterinário formado pela UFSM. Foi deputado estadual por dois mandatos e deputado federal por outros cinco consecutivos. Onyx começou no PL, mas conquistou seus mandatos por PFL e DEM, hoje União Brasil. Na última janela de transferência partidária, migrou para o PL.

Leite tem 37 anos e é formado em direito pela UFPel. Antes de ser governador, foi vereador e prefeito de Pelotas (RS), sua cidade natal. Fez carreira no PSDB.

Mais atrás ficaram Luiz Carlos Heinze (PP), Roberto Argenta (PSC), Vieira da Cunha (PDT), Ricardo Jobim (Novo) e Vicente Bogo (PSB).


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