MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Candidato à reeleição, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), vai disputar o comando do estado, em segundo turno, com o senador Eduardo Braga (MDB), que é ex-governador e ex-ministro de Minas e Energia no governo de Dilma Rousseff (PT), projeta o Datafolha.
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e detentor da máquina do estado, Lima fez uma campanha visivelmente mais presente nas ruas do que seus oponentes, tanto em Manaus quanto no interior.
Braga, por sua vez, colou sua campanha na imagem do ex-presidente Lula (PT) e concentrou promessas especialmente no campo da saúde e do desenvolvimento, com repetições sobre programas federais como o Luz Para Todos.
Também participou da disputa Amazonino Mendes (Cidadania), ex-governador do Amazonas por quatro mandatos. Amazonino tem problemas de saúde e isso não deixou de ser explorado, ainda que sutilmente, por seus adversários.
Lima conseguiu chegar ao segundo turno da disputa, e com mais votos que seus oponentes, apesar das sucessivas crises em sua gestão, em especial na pandemia da Covid-19.
O estado registrou crise de escassez de oxigênio em janeiro de 2021. Lima foi apontado pela CPI da Covid como um dos responsáveis pelo colapso, assim como integrantes do governo Bolsonaro. O próprio presidente e integrantes de seu governo colocaram a culpa no governador, que seguiu, mesmo assim, alinhado ao chefe do Executivo federal.
O governador é réu no STJ (Superior Tribunal de Justiça) em processo que investiga compra de respiradores pelo governo local numa loja de vinhos.
Todos esses episódios relacionados à pandemia foram levados à campanha em primeiro turno. Em sua defesa, Lima argumentou que uma guerra contra um inimigo ainda desconhecido, em referência à agressividade das variantes do coronavírus, que impediria planejamento em tempo hábil para crises como a de escassez de oxigênio.
Em 2018, Lima, um apresentador de programa policial, foi eleito na esteira da onda bolsonarista. Ele derrotou Amazonino, que já tentava um quinto mandato naquele ano. O então candidato estava no PSC e não tinha nem tempo de TV.
Já Braga, ex-governador que tenta mais uma vez retomar o cargo, atuou na CPI da Covid em Brasília e tentou fazer com a crise de oxigênio fosse mais explorada na comissão.
Mesmo assim, a atuação do senador foi apagada e muitas vezes dúbia sobre os alvos que pretendia atingir com sua atuação parlamentar na comissão.
O ex-ministro foi alvo da Lava Jato e diz ter se livrado dos processos relacionados à operação.
Também participaram da corrida pelo comando do estado os candidatos Carol Braz (PDT), Israel Tuyuka (PSOL), Ricardo Nicolau (Solidariedade) e Henrique Oliveira (Podemos).
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