ARACAJU, SE (FOLHAPRESS) - Os candidatos Rogério Carvalho (PT), 54, e Fábio Mitidieri (PSD), 45, vão disputar o segundo turno das eleições no Sergipe.

O petista, senador da República, obteve 44,54% dos votos válidos e concorrerá com o deputado federal licenciado do PSD que conquistou 38,87%.

Líder nas pesquisas, Valmir de Francisquinho (PL) teve a candidatura indeferida, em decisão confirmada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na última quinta (29). Em caso de não haver tempo hábil para a retirada do nome nas urnas, os votos obtidos por eles seriam considerados nulos.

Apoiador do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Carvalho foi duramente criticado ao votar a favor da Resolução do Congresso sobre o orçamento secreto, contrariando a orientação da bancada do PT no Senado.

À época, a direção nacional do PT emitiu nota dizendo que o voto do senador era "um fato grave, que não se justifica diante das manifestas posições do partido sobre questões fundamentais para o país".

O senador passou a campanha tentando reverter a situação. Ele alega que seu voto "não foi para manter o orçamento secreto, mas para dar transparência à aplicação da emenda de relator". Ainda durante a campanha, o petista também prometeu combater a fome, o desemprego e ampliar a saúde pública em Sergipe.

Fábio Mitidieri é deputado federal e está licenciado de seu segundo mandato. Aliado do grupo governista no estado, ele também apoia o ex-presidente Lula e foi alvo de um mandado de busca e apreensão pela Justiça Eleitoral na terça (28) depois que a coligação de Carvalho pediu a proibição do uso da imagem do ex-presidente pelo rival. O material impresso da campanha, associando o candidato do PSD a Lula, foi recolhido.

Em suas redes sociais, Mitidieri disse que não será impedido de manifestar o seu voto. "Parece que ele esqueceu que vivemos em uma democracia", escreveu.

Durante as próximas quatro semanas, os dois candidatos terão o desafio de convencer os eleitores que estão dispostos a enfrentar os principais problemas no estado, como a fome e o desemprego.

Dados do IBGE apontam que Sergipe é um dos estados com maior índice de pobreza do país, ocupando a quinta posição no ranking. Até o mês de agosto deste ano, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), Sergipe era o terceiro estado com maior número de desempregados do país.

Rogério Carvalho é natural de Aracaju, tem 54 anos, é casado e formado em medicina. Em 2010 foi deputado federal, em 2014 foi candidato ao Senado, mas não foi eleito. Em 2018, concorreu novamente ao cargo e elegeu-se senador.

Fábio Mitidieri é natural de Aracaju, tem 45 anos, é casado, empresário e formado em administração. Em 2008 foi eleito vereador em Aracaju, concorreu ao cargo de deputado estadual em 2010, mas renunciou à candidatura. Em 2014 foi eleito deputado federal por Sergipe, sendo reeleito em 2018.

Também participaram da disputa os candidatos Delegado Alessandro (PSD, com 11%), Niully Campos (PSOL, com 5,01%), DR. Cláudio Médico Geriatra (DC, com 0,35%), Professor Aroldo Félix (UP, com 0,14%), Elinos Sabino (PSTU, com 0,09%). Jorge Alberto (PROS) desistiu da candidatura.

Candidato barrado

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Valmir de Francisquinho teve sua campanha marcada pela incerteza da sua candidatura no pleito. Em 2019, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) decretou a inelegibilidade de Valmir por oito anos, por entender que o candidato, enquanto prefeito do município de Itabaiana, não praticou o princípio da impessoalidade durante a campanha do seu filho, o ex-deputado Talisson de Valmir.

Em 8 de setembro deste ano, o tribunal indeferiu por unanimidade o registro de candidatura de Valmir com base na Lei da Ficha Limpa. O TSE julgou o recurso do político e manteve o veto à candidatura na última quinta.

Em entrevista coletiva, Valmir declarou que respeita a decisão do TSE, mas afirmou que seu nome estará nas urnas no dia 2 de outubro. Sua assessoria jurídica de Valmir explicou que aguarda a publicação do acórdão do TSE para recorrer da decisão

A defesa diz que entrará com embargos de declaração e com uma reclamação constitucional perante o STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir o direito de contagem de votos.


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