BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, realçou na noite

deste domingo (2) o baixo índice de votos brancos e nulos e disse que, embora falte análise mais aprofundada, isso explicaria a formação de filas em várias localidades pelo país.

Moraes atribuiu esse baixo índice à polarização política, mas também a uma suposta maior confiança no processo eletrônico de votação.

"Daqueles 80% que compareceram, tivemos o menor número histórico desde 2014 de votos em brancos ou nulos", disse. Em 2018, 8,8% dos votos foram nulos ou brancos; nesta eleição esse índice ficou em 4,20%, explicou o ministro. O que representaria aproximadamente 7,5 milhões de votos válidos.

"Talvez tenha sido um dos motivos concorrentes para que tenha ocorrido filas em algumas locais", disse. Moraes citou como outros motivos o tempo maior usado na urna para o eleitor confirmar o voto, além de muitos eleitores votarem nos mesmo horários, ocorrendo um pico de movimentação.

"[O baixo índice de nulos e brancos] é um dado interessantíssimo porque representa uma maior participação efetiva na escolha dos dirigentes do país", disse

Ele ainda mencionou o uso da biometria. "Em alguns casos a biometria não estava pegando. Alguns especialistas disseram que a utilização de dois anos de álcool em gel às vezes dificulta o reconhecimento", disse Moraes.

"O segundo turno, em alguns estados, será um único voto, para presidente da República. Já diminui bastante o tempo também", afirmou ainda.

A entrevista foi concedida após o tribunal confirmar o 2º turno entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsoanro (PL). Com mais de 99% das urnas apuradas, o petista registrava 48,24% dos votos e Bolsonaro, 43,36%.

Moraes estava acompanhado dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber, que preside a corte, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Edson Fachin. Os únicos ministros ausentes foram os indicados por Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça.

Também estavam presentes o procurador-geral da República, Augusto Aras, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente em exercício do TCU (Tribunal de Contas da União).


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