PORTO VELHO, RO (FOLHAPRESS) - O atual governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil), 54, e o senador Marcos Rogério (PL), 44, disputarão o segundo turno pelo governo de Rondônia. Com 98,95% das urnas apuradas, o governador obteve 39,06% dos votos válidos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, ante 36,87% do senador.

Pesquisas eleitorais já apontavam que a eleição seria estendida para 30 de outubro.

Os dois adversários terão mais quatro semanas de campanha para convencer os eleitores de que estão dispostos a enfrentar problemas graves do estado, como desmatamento, criminalidade, desemprego e falta de saneamento e infraestrutura.

Para o meio ambiente, ambos candidatos não apresentaram propostas claras para proteger florestas e povos tradicionais. Rocha e Rogério defendem regularização fundiária para fomentar o agronegócio e o senador ainda diz que questionará a criação de reservas florestais estaduais.

De acordo com o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), até agosto deste ano, Rondônia era o segundo estado da Amazônia Legal que mais perdeu áreas de florestas em unidades de conservação e território indígena nos últimos anos.

Os dois principais concorrentes ao governo tiveram suas campanhas marcadas por trocas de acusações.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Marcos Rogério foi acusado durante debates na televisão de esconder seu patrimônio, favorecer a ex-esposa e amigos em cargos no primeiro escalão do governo federal. Adversários também lembraram que um ex-assessor do senador foi preso, acusado de tráfico de drogas. Rogério afirma que as acusações não têm fundamento.

O senador ganhou projeção nacional durante a CPI da Pandemia ao fazer defesa de Bolsonaro e trocar agressões verbais com colegas de parlamento.

Ganhou até o apelido de "pitbull de Bolsonaro". Durante a campanha prometeu melhorar a infraestrutura dos serviços de saúde construindo hospitais e diminuindo a fila de espera por procedimentos médicos.

Também disse que irá combater a criminalidade e fazer investimentos públicos em saneamento, educação e setor agropecuário.

Rogério é pecuarista e começou na vida pública como jornalista, repórter e radialista. Foi vereador em Ji-Paraná (RO), depois, deputado federal. Fez bacharelado em direito. É mestre em administração pública e doutorando em direito constitucional.

Já o governador Marcos Rocha foi acusado de corrupção pelos demais candidatos. Em agosto deste ano, a Polícia Federal realizou a segunda fase da Operação Polígrafo, que investiga desvios de recursos públicos superiores a R$ 30 milhões, que deveriam ter sido utilizados para a compra de respiradores e testes para Covid-19.

Ele negou envolvimento e disse ter colaborado com as investigações. Rocha, que prometeu continuar programas executados no seu governo, foi impedido por uma decisão judicial de usar a imagem de Bolsonaro na sua campanha. O pedido foi apresentado pelo Partido Liberal, de Marcos Rogério.

Marcos Rocha é natural do Rio de Janeiro (RJ), formado em análise de sistema de dados, administração de negócios com pós-graduação em educação e técnicas de ensino. Evangélico, casado e pai de dois filhos, foi secretário de Justiça de Rondônia (2014 a 2017). É oficial do Exército, coronel da Polícia Militar e trabalhou como secretário municipal de Educação de Porto Velho. Em 2018, foi eleito governador com 66,34% dos votos válidos no segundo turno.

Também participaram da disputa Léo Moraes (Podemos), Daniel Pereira (Solidariedade), Pimenta de Rondônia (PSOL), Comendador Val Queiroz (Agir) e Ivo Cassol (PP), que desistiu da candidatura.


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