SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alguns integrantes do núcleo duro da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) se ausentaram do pronunciamento feito por ele na terça-feira (1°), quase dois dias após a derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, estava em São Paulo. Na sexta-feira (28), ele se disse estar arrependido de ter dado uma das últimas cartadas da campanha: a denúncia de irregularidades na transmissão da propaganda eleitoral nas rádios.

O ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten foi outro a se manter distante.

Considerado do núcleo pragmático do clã, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também não compareceu ao Palácio da Alvorada. Ele foi o primeiro da família a reconhecer a derrota nas redes sociais e a agradecer os 58 milhões de eleitores. Seu irmão Carlos, responsável pelas redes sociais da campanha, tampouco compareceu. Entre os filhos políticos, apenas o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve junto ao pai.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro não acompanhou o marido durante a fala de quase três minutos, mas, horas depois, publicou um vídeo curto da chegada dele ao púlpito, no qual o chama de "meu galego". Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, foi outro ausente.

Do núcleo principal mesmo, só estava presente o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). Coube a ele esclarecer que seria dado início à transição de governo com a autorização de Bolsonaro.

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não estava presente, mas, ao longo do dia, manteve contato com o chefe do Executivo para convencê-lo a quebrar o silêncio.

Da órbita um pouco mais distante, o vice-presidente Hamilton Mourão estava no Palácio do Planalto enquanto o discurso era lido no Alvorada.

Na sua agenda oficial consta uma reunião com empresários do setor de transportes de cargas e logísticas. Desde domingo, quando Bolsonaro perdeu as eleições, o país enfrenta uma paralisação de caminhoneiros, com bloqueios em diversas estradas.

O presidente vinha sendo pressionado a se manifestar logo até para pedir aos manifestantes que cessassem os transtornos. Bolsonaro, no entanto, não foi explícito e se limitou a condenar métodos "usados pela esquerda".


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