SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - De volta do descanso na Bahia, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discutiu nesta segunda-feira (7) o Orçamento de 2023, a formação de uma diversa equipe de transição e a definição de uma agenda internacional, numa tentativa de minimizar ameaças decorrentes de atos antidemocráticos no país.
Aliados de Lula temem que bolsonaristas tentem inviabilizar a posse. Daí, a costura de uma equipe ampla de transição, que inclua de liberais ao líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e deputado eleito Guilherme Boulos.
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da equipe de transição, deverá anunciar nesta terça (8), em Brasília, nomes de integrantes do grupo.
Sob protestos de petistas que buscavam mais espaço na equipe, Lula e Alckmin optaram pela pluralidade na escolha dos integrantes da transição.
A lista de convidados inclui os economistas André Lara Resende e Pérsio Arida, tendo o ex-tucano Floriano Pesaro na coordenação administrativa.
O petista também buscará ampliar reconhecimento internacional à sua vitória, depois de declarações públicas de líderes estrangeiros, como Joe Biden, presidente dos Estados Unidos.
Pela manhã, ele definiu a agenda de viagem ao Egito, palco COP27, conferência da ONU sobre mudanças climáticas.
Líderes mundiais estarão presentes. Ele também deve se encontrar com o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a conferência. A possibilidade desse encontro foi tratada em telefonema entre os dois após Lula ser eleito.
Lula viajará na semana que vem ao Egito. Na volta, deverá desembarcar em Portugal para uma visita institucional.
Nesta segunda, o presidente eleito também discutiu com assessores técnicos fontes para custear, no Orçamento de 2023, as promessas de campanha, entre elas a manutenção do auxílio de R$ 600 e mais R$ 150 para crianças menores de seis anos e a retomada de investimentos.
A apresentação da origem dos recursos serviria para sinalizar à disposição de cumprimento de suas propostas levadas ao programa eleitoral durante a campanha.
Uma das preocupações entre aliados do presidente eleito acerca das manifestações antidemocráticas está no risco de desabastecimento no Brasil.
Lula deve ir a Brasília na noite desta terça (8), onde se reunirá com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O périplo serviria como demonstração de respeito às instituições.
Na tarde desta segunda, o deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) anunciou nas redes sociais que ele integrará a equipe de transição e atuará na área de cidades e habitação.
"Participarei da Equipe de Transição de Governo para ajudar o Presidente Lula no debate sobre a área de Cidades e Habitação. Vamos virar a página do pior governo da nossa história!", escreveu.
Ele também afirmou que o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, integrará a equipe.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) esteve no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), a sede do governo de transição, na tarde desta segunda-feira.
Ele afirmou que os partidos que apoiaram a candidatura de Lula já indicaram os nomes para compor a transição, e que não há vinculação entre os escolhidos e cargos no ministério do petista a partir de 2023.
"Nenhum dos nomes que constam na transição, vinculadamente, irá assumir qualquer cargo no governo futuro. Isso foi deixado claro", disse Randolfe.
Em outro momento da conversa, o senador afirmou que "não há garantia", que "será muito difícil" e "pouco provável" que integrantes do governo de transição assumam cargos na gestão de Lula.
"O grupo de transição é sobretudo mais técnico, de juntar informações para subsidiar decisões do presidente e do vice-presidente", declarou o senador.
A presidente do PC do B, Luciana Santos, por exemplo, também atuará na equipe de transição.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!