BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A produtora de vídeos Brasil Paralelo --que realiza documentários de cunho revisionista e conservador-- pediu a imediata retirada de links que direcionam para sua página e seus conteúdos de um domínio na internet que defende um golpe de Estado das Forças Armadas.
Conforme a Folha de S.Paulo mostrou nesta terça-feira (15), a Polícia Civil de Goiás identificou uma plataforma chamada "intervenção Goiânia" que organiza e pede recursos para atos antidemocráticos.
Entre os 18 canais que a ferramenta eletrônica disponibiliza aos internautas, há o direcionamento para o site da Brasil Paralelo e links para os seus conteúdos.
A plataforma pró-golpe também mostra o endereço do acampamento em Goiânia onde manifestantes bolsonaristas pedem intervenção militar, canais no aplicativo de mensagens Telegram e uma "vaquinha" para a arrecadação financeira do movimento, com número de Pix.
Os dados do site, também identificado com a mensagem S.O.S. Forças Armadas Acampamento Goiás, foram enviados pela polícia ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes no caso que trata desses protestos.
Em nota enviada à Folha de S.Paulo, a produtora informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que solicitou aos donos da ferramenta que retirem a logomarca ou referências à empresa de qualquer outro meio de comunicação do grupo.
Na notificação, a Brasil Paralelo diz que acionará judicialmente os responsáveis pelo site caso não haja a desvinculação de seu material do portal que promove os atos antidemocráticos.
A produtora encaminhou à Folha de S.Paulo imagens com as mensagens enviadas pela produtora nos canais no Telegram do grupo em que pede a retirada de seus conteúdos.
No texto, a produtora diz que o uso do conteúdo da Brasil Paralelo na plataforma foi indevido "e feito sem qualquer tipo de autorização".
A produtora enviou grupo uma nota assinada e carimbada por seu departamento jurídico dizendo que não faz parte do movimento criado pelo perfil "Intervenção Militar 142".
Além disso, declarou que não apoia candidatos ou movimentos políticos.
A Brasil Paralelo foi criada há seis anos por um trio de estudantes universitários de Porto Alegre e viu um crescimento meteórico em 2020 com seus documentários que promovem revisionismo histórico.
As primeiras produções tinham uma vinculação grande com o bolsonarismo, com a participação, por exemplo, do filósofo Olavo de Carvalho em depoimentos.
Em julho de 2020, a empresa lançou o documentário "7 Denúncias: As Consequências do Caso Covid-19", cujo conteúdo se opõe ao isolamento social, medida defendida pela comunidade científica como eficaz para o combate ao vírus.
Em outubro deste ano, os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiram por 4 votos a 3 excluir do Twitter um vídeo da produtora com críticas ao agora presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os ministros consideraram que a peça causava "desordem informacional" por atribuir ao então candidato a presidente casos de corrupção que ocorreram durante seu mandato, como o do mensalão.
O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, também decidiu que a exibição do documentário "Quem mandou matar Jair Bolsonaro?" da produtora, prevista para a semana anterior à eleição de 2022, fosse adiada.
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