BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A equipe do gabinete de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem cerca do dobro de homens em relação às mulheres. Dos nomeados até agora para a coordenação do gabinete de transição, o conselho político e os 31 grupos técnicos, há 207 homens e 113 mulheres.
O grupo técnico da economia é totalmente formado por homens: André Lara Resende, Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Pérsio Arida.
Há um grupo técnico específico para discutir políticas para as mulheres, com 10 membros. Nesse grupo não há homens.
Ele é composto, entre outras, por Eleonora Minicucci, ministra de Políticas para Mulheres no governo Dilma Rousseff, e Anielle Franco, irmã da vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL-RJ).
Já o conselho político, que reúne representantes dos partidos que apoiam Lula, é majoritariamente masculino. São 12 homens e 3 mulheres.
A transição tem ainda 5 coordenadores, sendo 2 mulheres: a futura primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja (coordenação da organização da posse), e a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Além delas, lideram a transição o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (coordenador da equipe de transição), Aloizio Mercadante (coordenação dos grupos técnicos) e o ex-deputado Floriano Pesaro (coordenação-executiva).
Durante a campanha, Lula foi questionado sobre nomear um ministério paritário entre homens e mulheres, mas não se comprometeu.
"Não sou de assumir compromisso, de me comprometer a fazer metade, indicar religioso, indicar mulher, indicar negra, indicar homem (...), Ou Seja, você vai indicar as pessoas que têm capacidade para assumir determinados cargos", afirmou no debate realizado pela Folha de S.Paulo, UOL, Band e TV Cultura, em agosto.
O discurso dos aliados do presidente eleito é o de que a presença na equipe de transição não é indicativo de que a pessoa irá ser nomeada para algum ministério.
De acordo com o último censo demográfico, de 2010, o Brasil tinha maioria de mulheres --97,3 milhões contra 93,4 milhões de homens.
A transição é regulamentada por uma lei aprovada em 2002 e um decreto editado em 2010. Ela tem início com a proclamação do resultado da eleição e se encerra com a posse do novo presidente.
É nessa etapa que a equipe do presidente eleito obtém informações detalhadas sobre a situação das contas públicas, dos programas e projetos do governo federal, bem como do funcionamento dos órgãos.
O grupo de transição é formado por 50 pessoas que serão nomeadas em cargo comissionado e mais uma série de colaboradores, que atuarão como voluntários, sem receber salário.
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