SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - O ex-presidente do Peru Pedro Castillo oficializou o pedido de asilo no México ao embaixador do país no Peru, Pablo Monroy. A oficialização da solicitação foi confirmada pelo ministro mexicano das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, em uma publicação no Twitter.
Segundo o chanceler, o pedido foi feito por Castillo durante a madrugada desta quinta (8), por meio de uma carta enviada à embaixada mexicana e endereçada a Andrés Manuel López Obrador, presidente do México.
Com o texto em mãos, Ebrard escreveu que sua equipe "iniciou consultas com as autoridades peruanas".
A carta de Castillo enviada ao México diz que ele é vítima de uma perseguição de caráter político por parte da Justiça peruana.
"Estes órgãos criaram um clima de extrema indefensabilidade e perseguição puramente política de qualquer pessoa que pense de forma diferente do grupo oligárquico que reina sobre todas as instituições do país", diz o texto.
Na noite de quarta-feira (7), o governo do México já havia dito que estava disposto a dar asilo ao ex-presidente do Peru, caso ele fizesse o pedido.
Em uma entrevista coletiva ontem, a nova presidente do Peru, Dina Boluarte, descartou a possibilidade de adiantar as eleições no país. Ela assumiu o cargo após uma tentativa de golpe de Castillo, que ameaçou dissolver o Congresso Nacional, sofreu o impeachment por "incapacidade moral" e foi preso.
Dina afirmou que o pedido de novas eleições é democrático, mas que seu papel é o de "reorientar o país". O mandato de Dina Boluarte como presidente terminará apenas em julho de 2026.
"As circunstâncias nas quais assumi essa responsabilidade não foram boas e é por isso que estou despachando e atendendo, para fazer frente às necessidades do país", acrescentou a presidente. "Mais à frente, estaremos vendo alternativas para melhorar o destino do país."
Castillo é acusado de liderar uma suposta organização criminosa responsável por fraudar a concessão de obras públicas. Ele também é investigado por crimes contra a administração pública, entre eles lavagem de dinheiro, fraude e tráfico de influência. Segundo a Procuradoria do Peru, o esquema é formado por parentes de Castillo e aliados políticos.
Boluarte é a sétima política a assumir a presidência desde 2016.
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