BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Pouco mais de três horas após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) cumprimentou nesta segunda-feira (12) manifestantes que gritavam frases de teor golpista, fez uma oração e abraçou crianças em frente ao Palácio da Alvorada, sua residência oficial.

Bolsonaro não teve compromissos oficiais durante todo o dia, mas, desde a manhã, manifestantes o aguardavam em frente ao Alvorada. Parte deles diziam que, antes de ir ao local, estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Pouco antes das 18h, o presidente apareceu para os apoiadores em frente ao Alvorada. Os militantes seguravam cartazes como "intervenção militar com Bolsonaro no poder" e pediam ação das Forças Armadas para manter o presidente.

Ele não fez discursos. Apenas recebeu presentes, abraçou crianças e caminhou de um lado para o outro. Ganhou adereços de uma criança indígena, como um cocar e um cordão que pôs no pescoço.

No domingo (11), Bolsonaro também se dirigiu a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada e, sem discursar, participou de uma oração com um pastor e acompanhou a cerimônia de hasteamento da bandeira.

Ao seu lado, antes de iniciar a oração, um padre disse que ele "não disfarça que é pobre, mas ama o pobre".

O padre também abençoou o presidente por não ter obrigado as pessoas a tomarem vacinas contra a Covid-19, agradeceu a eleição de bolsonaristas no Legislativo e Executivo e disse que "o povo brasileiro quer dizer, democraticamente, que não quer ser roubado".

Depois, ele rezou um Pai Nosso e uma Ave Maria e pediu que as pessoas repetissem que as Forças Armadas "nunca prestem continência para o bandido safado", em referência a Lula.

Em resposta, os manifestantes gritaram frases de efeito que pedem a prisão do presidente eleito.

Na sexta (9), Bolsonaro havia quebrado um silêncio de 40 dias com um discurso dúbio que atiçou seus apoiadores.

Foram cerca de 15 minutos de pronunciamento a simpatizantes, na área externa do Palácio da Alvorada, na sua fala pública mais longa desde a derrota eleitoral para Lula no segundo turno das eleições.

Bolsonaro fez nova aparição para um grupo em frente ao palácio neste domingo (11), mas ficou calado. Ele apenas acenou para o público e participou de uma oração conduzida por um pastor levado ao local por sua equipe. A cena foi transmitida em redes sociais do presidente.

O discurso na sexta foi salpicado de referências às Forças Armadas e dispensou menções explícitas a Lula, que foi diplomado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta segunda-feira (12).

Na ocasião, ele repetiu a retórica de campanha e estimulou indiretamente manifestações antidemocráticas dos seguidores que contestam a vitória do petista.

Bolsonaro disse se responsabilizar pelos seus erros, afirmou que seus apoiadores é que decidirão seu futuro e exaltou sua ligação com as Forças Armadas.

"Tenho certeza que entre as minhas funções garantidas na Constituição é ser o chefe supremo das Forças Armadas. As Forças Armadas são essenciais em qualquer país do mundo. Sempre disse ao longo desses quatro anos que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo", disse Bolsonaro, repetindo uma expressão usada diversas vezes ao longo de seu mandato.


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