SÃO PAULO, SP (UOL - FOLHAPRESS) - A presidente do diretório nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, criticou os atos de vandalismo de bolsonaristas registrados ontem em Brasília. Ela chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de "cúmplice" na realização dos movimentos.

Baderna em Brasília teve cara de esquema profissional. Muito estranho que ninguém foi preso. Bolsonaro é cúmplice. Como pode presidente da República abrigar envolvidos? Passou da hora de desmobilizar as frentes de quartéis, não tem nada de liberdade de expressão, só golpismo."

Supostos infiltrados. Aliados do presidente rebateram as acusações de que os atos de vandalismo foram realizados por bolsonaristas. Nas redes sociais, eles afirmam que os episódios ocorreram pela ação de "infiltrados", mas sem apresentar provas.

"Manifestantes de direita não se vestem assim. Figuras como essa são os infiltrados, espalhados por Brasília pra causar pânico, vandalizar a cidade, e jogar todo ódio na conta da direita", escreveu o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse que os ataques foram feitos por black blocs "que não existiram durante o governo Bolsonaro.

O que aconteceu? Os ataques começaram após o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, determinar a prisão temporária de José Acácio Serere Xavante, pelo prazo de dez dias, por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O indígena é figura constante em protestos que pedem intervenção militar.

No fim da noite, a PF informou, em nota, que Serere Xavante estava com advogados e que "todas as formalidades relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a integridade física e moral do detido".

O prédio da sede da PF possui apenas plantão, uma delegacia para atender ocorrências de última hora. Não existe carceragem no local, de acordo com um policial ouvido pela reportagem.

Os atos contra a prisão foram convocados nas redes bolsonaristas. No entorno da sede da PF, uma movimentada área com shoppings, hotéis e empresas -inclusive de comunicação-, ônibus e carros foram incendiados e tiveram seus vidros quebrados.

Os atos se assemelharam à tática black bloc. Policiais federais e militares do Distrito Federal usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Bolsonaristas revidaram com pedras.

A reportagem do UOL testemunhou alguns bolsonaristas transmitindo ao vivo o confronto. Eles reclamavam de uma suposta truculência das forças de segurança.


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