BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo federal exonerou nesta terça-feira (20) o secretário nacional do Esporte, Marcelo Reis Magalhães. Ele foi o padrinho de casamento do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL), e estava no cargo desde fevereiro de 2020.
Magalhães se notabilizou no cargo por viajar constantemente para o Rio de Janeiro, onde morava antes de assumir o cargo, com as passagens pagas pelo governo federal e recebendo diárias.
Entre a sua entrada no cargo e julho deste ano, Magalhães fez quase 100 viagens para a capital fluminense com passagens em companhias aéreas compradas pelo governo. Em mais de metade dessas viagens, o secretário passava os fins de semana ou feriados na sua cidade natal.
Não havia registro na sua agenda oficial de eventos no destino em quase todas as viagens, o que é uma exigência das regras para esses voos.
Em julho, o Ministério da Cidadania, pasta à qual a secretaria é subordinada, afirmou que as viagens quase exclusivamente para o Rio de Janeiro se deviam a sua atuação envolvendo o Parque Olímpico da Barra, que fica na cidade.
"A gestão do Parque ficou sem servidor oficialmente designado até a criação do Departamento de Gestão de Instalações Esportivas, em março de 2022, quando foi possível designar cinco servidores para atuarem exclusivamente na gestão do parque. Ou seja, com um quantitativo tão baixo de servidores, foi necessária a atuação próxima do secretário especial in loco", afirmou a pasta à Folha na ocasião.
O padrinho de Flávio Bolsonaro foi nomeado para o cargo no lugar do general Décio Brasil. Na época, o militar disse à Folha acreditar que tinha sido dispensado por resistir a atender ao pedido de Bolsonaro de nomear o padrinho de Flávio para sua equipe.
"Talvez isso tenha desagradado ao presidente, porque a minha exoneração já foi junto com a nomeação dele para o meu lugar", afirmou poucos dias após ser exonerado.
Magalhães não foi o único nome próximo ao governo federal que teve a exoneração publicada nesta terça-feira no DOU (Diário Oficial da União).
Também perdeu o cargo o diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvini Vasques, investigado pelo MPF (Ministério Público Federal) e pela PF (Polícia Federal) por ter supostamente usado a corporação para beneficiar Jair Bolsonaro nas eleições deste ano.
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