BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (22), que terá de derrotar o bolsonarismo nas ruas.

O comentário do futuro chefe do Executivo ocorre no momento em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda se encontram acampados em frente aos quarteis generais do país, pedindo intervenção militar e sem reconhecer o resultado da eleição.

"O que nós temos que ter consciência é que derrotamos o Bolsonaro, mas o bolsonarismo está nas ruas desses país, raivoso e sem querer reconhecer a derrota que tiveram", disse Lula, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), a uma plateia de jornalistas, parlamentares e ministeriáveis. Ele anunciou novos nomes para a Esplanda dos Ministérios.

"Portanto, além de governar com eficiência, competência, nós vamos ter que derrotar o bolsonarismo nas ruas desse país. Para que esse país volte a ser democrático, para que esse país volte a sonhar e volte a ser feliz", completou.

Lula citou ainda as disputas familiares e entre amigos durante os últimos quatro anos por causa de política. Ele disse que seu governo tem o compromisso de voltar a trazer tranquilidade às pessoas, para que as famílias possam se encontrar de novo no "saudoso churrasquinho".

No último dia 12, data da diplomação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da chapa vencedora, bolsonaristas realizaram atos de violência e depredaram as ruas de Brasília, inclusive em frente à sede da Polícia Federal.

Há um temor entre petistas com a segurança do presidente eleito e das cerimônias na posse de Lula. Além disso, há desconfiança com a equipe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Augusto Heleno, normalmente responsável pela segurança presidencial.

Por isso, como mostrou a Folha de S.Paulo, a atribuição ficou sob responsabilidade da Polícia Federal.

O presidente eleito anunciou nesta quinta mais uma leva de seus ministros, faltando 16 dos 37 para que os nomes da Esplanada estejam completamente escalados.

Antes, o gabinete de transição apresentou o relatório final do raio-X da situação herdada pelo novo governo pela administração de Bolsonaro. O cenário foi descrito por Lula como "penúria", pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como "algo grau de destruição" e pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, como "retrocesso".

"O governo federal andou para trás", disse Alckmin, em sua apresentação. Ele citou cortes no orçamento de cultura, da defesa civil, piora na vacinação da poliomelite, nos índices de educação, entre outros.

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