BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A senadora Simone Tebet (MDB) encontrou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã desta sexta-feira (23) para discutir uma eventual posição no ministério do petista, mas a situação segue indefinida a menos de dez dias da posse.

O futuro mandatário anunciou, na quinta-feira (22), mais uma leva de ministros, mas indicações de partidos aliados travaram oficialização de outras pastas.

O principal nó com a ex-presidenciável e seu partido também envolve a ex-ministra Marina Silva (Rede), que encontra Lula nesta tarde. O desfecho das duas só deve ser decidido depois disso.

O diálogo de Lula e Tebet, segundo aliados da emedebista, durou cerca de uma hora. No encontro, o presidente colocou sobre a mesa algumas soluções que poderiam contemplar a senadora na sua equipe.

O petista citou o Ministério do Meio Ambiente, Turismo e até mesmo Cidades --pasta que já foi reservada ao MDB, mas está prometida a uma indicação da bancada da Câmara.

Uma ala do partido quer que o deputado José Priante (MDB-PA) assuma. Outra, ligada ao governador do Pará, Helder Barbalho, defende Jader Barbalho Filho.

O plano A dos petistas para Tebet é o Meio Ambiente, mas para isso, Lula precisa resolver a situação de Marina.

Aliados de Lula articulam para que ela ocupe o cargo de autoridade climática, com status de ministério ligado à Presidência da República. Marina resiste à ideia.

No grupo de trabalho da transição, não houve consenso sobre a medida. Integrantes da Rede defendiam a criação do cargo, mas sob o Meio Ambiente. Outros, que ficassem no Planalto.

Tebet, por sua vez, tem recebido pressões não só de membros do PT como de outros partidos para aceitar a função.

A aliados a emedebista disse que, se houver uma conformação no governo que agrade Marina, ela aceitaria assumir o Meio Ambiente.

A pasta preferencial da senadora era o Ministério do Desenvolvimento Social, que acabou com o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT).

Foi oferecido à emedebista também o Ministério da Agricultura, mas ela recusou. O Planejamento também outro no radar, mas petistas ainda querem insistir no economista André Lara Resende.

Além disso, o MDB gostaria do Planejamento mais robusto, com o PPI (Programa de Parcerias e Investimentos). Mas, pelo plano original de Lula, a estrutura está subordinada à Casa Civil, e o governo eleito já indicou o secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti, para o posto.

Terceira colocada na corrida presidencial, com 4,2% dos votos, Tebet fez campanha para Lula durante o segundo turno. O engajamento da emedebista foi elogiado por petistas, para os quais ela ajudou a atrair votos de centro.

Aliados avaliam que contemplá-la no ministério é uma forma de dar a cara de frente ampla que Lula diz querer na sua gestão.


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