BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse neste sábado (7) que se reuniu com os diretores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal para definir "novas providências sobre atos antidemocráticos que podem configurar crimes federais".

"Vamos manter a sociedade informada. Pequenos grupos extremistas não vão mandar no Brasil", afirmou o ministro nas redes sociais.

O ministro afirmou ainda que, em "atos políticos em São Paulo e em algumas outras cidades, inclusive com absurdas agressões," a atribuição é das polícias locais.

"Reiteramos que liberdade de expressão não abrange agressões físicas, sabotagens violentas, golpismo político etc. Recomendo que pessoas agredidas procurem imediatamente Delegacias da Polícia Civil para registro da ocorrência, se possível com imagens", disse.

"Depois do registro da ocorrência policial, sugiro o envio ao Ministério Público, que certamente vai atuar contra arruaceiros nas suas cidades. Sobre crimes federais, estamos tomando todas as providências, inclusive na manhã deste sábado."

Na quinta-feira (5), um repórter fotográfico de 60 anos, funcionário do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, foi agredido com pancadas na cabeça e roubado enquanto fazia reportagem em manifestação bolsonarista em frente a um quartel na capital mineira.

Em São Paulo, na sexta-feira (6) uma mulher também foi agredida por um integrante de caravana bolsonarista realizada, como mostrou reportagem do UOL.

Já na sexta-feira (6) o STF (Supremo Tribunal Federal) divulgou que o ministro Alexandre de Moraes converteu as prisões temporárias dos bolsonaristas suspeitos de participação em atos de vandalismo em Brasília, na noite de 12 de dezembro, em preventiva (sem tempo determinado).

Dos 11 investigados, quatro foram presos na Operação Nero, da Polícia Federal, no último dia 28. Os outros sete estão foragidos. Eles são apontados como participantes da tentativa de invasão do prédio da PF e nos atos que resultaram em incêndios a carros e ônibus na capital.

De acordo com Moraes, elementos de prova juntados aos autos apontam que os 11 ameaçaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda não havia sido empossado, além de ministros do Supremo, de forma organizada e coordenada.

Segundo ele, a intenção era de impedir o exercício regular dos poderes constitucionais. Moraes disse que, embora a posse de Lula tenha ocorrido regularmente no último domingo (1º), foram demonstrados fortes indícios da prática dos crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado.

A polícia apontou que a maioria deles participava do acampamento antidemocrático em frente ao QG do Exército, em Brasília.

Estão presos desde o fim do ano passado Átila Reginaldo Franco de Mello, detido em São Gonçalo (RJ), além de Klio Irano, Joel Pires Santana e Samuel Barbosa Cavalcante.

Um dos procurados é Alan Diego Rodrigues, suspeito de ter instalado uma bomba em um caminhão de combustíveis próximo ao aeroporto de Brasília na véspera do Natal.

Ele foi apontado por George Washington de Oliveira Sousa, que confessou a participação no caso da bomba, como responsável por instalar o explosivo no caminhão próximo ao aeroporto de Brasília.

A operação foi realizada no Distrito Federal, Pará, Tocantins, Ceará, Rio, São Paulo, Rondônia e Mato Grosso.

O caso tramita sob sigilo e a reportagem não conseguiu localizar as defesas dos detidos.

Os envolvidos, segundo a Polícia Civil do DF, vão de empresários do agronegócio a pastores e cabeleireiro.


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