BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), informou neste sábado (21) que ele entregará seu celular à PF (Polícia Federal) na próxima segunda-feira (23) pela manhã.
Na sexta-feira (20), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do governador afastado, no Lago Sul, no escritório de advocacia ligado a ele e no Palácio do Buriti --sede do Governo do Distrito Federal. O ex-secretário-executivo de Segurança do DF Fernando de Sousa Oliveira também foi alvo de buscas.
Ibaneis não estava em Brasília na sexta, segundo sua defesa, "mas faz questão de que o seu telefone seja periciado" porque "não tem nada a esconder e é o maior interessado na plena apuração dos fatos".
"A defesa do governador Ibaneis Rocha informou neste sábado que na segunda-feira pela manhã irá até a sede da Polícia Federal, apresentar o telefone do governador para que se cumpra na íntegra a decisão do ministro Alexandre de Moraes", afirmou a assessoria do governador afastado.
Ibaneis Rocha foi afastado das funções por 90 dias por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O magistrado autorizou a operação deflagrada nesta sexta a pedido da PGR (Procuradoria-geral da República).
Rocha e Oliveira são investigados em inquérito do Ministério Público Federal que apura a conduta de autoridades responsáveis pela segurança local no dia do ataque às sedes dos três Poderes promovido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Como mostrou a Folha de S.Paulo neste sábado, a discussão sobre expulsar ou não do MDB o governador afastado está travada. Segundo o partido, nenhum pedido de exclusão do filiado chegou à comissão de ética.
Em depoimento à PF na quarta-feira (18), Oliveira afirmou que Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, deixou o país sem repassar "diretriz" nem o apresentar aos comandantes das forças policiais e a Ibaneis.
Pelo teor do depoimento, o então secretário-executivo da SSP-DF considerava que o órgão estava sob a responsabilidade de Torres no dia dos ataques às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro, já que as férias dele começavam oficialmente no dia 9.
Oliveira colocou o celular à disposição dos investigadores para acesso ao conteúdo das conversas feitas naquele período com Torres, Ibaneis e comandantes da Polícia Militar do Distrito Federal.
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