BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro Anderson Torres disse em audiência de custódia logo após ser preso, no último dia 14, que jamais questionou o resultado das eleições, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Torres foi preso após a depredação das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas. Ele era, na ocasião, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e estava em viagem aos Estados Unidos.

Na audiência de custódia, o preso é ouvido por um juiz, que avalia se houve eventuais ilegalidades na prisão. Ela foi conduzida pelo juiz Airton Vieira, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Torres, na ocasião, disse que sempre fez o trabalho com profissionalismo, nunca foi filiado a partido e ocupou posição política em razão do resultado do seu trabalho.

"Essa acusação me pegou muito de surpresa, a audiência de custódia não é o local de falar nada sobre isso, mas quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos, isso foi um tiro de canhão no meu peito, eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família", afirmou.

Ele foi o primeiro a ocupar o cargo de ministro da Justiça a ser preso desde a redemocratização e o primeiro integrante do governo Bolsonaro preso em consequência dos atos antidemocráticos.

O ex-ministro havia reassumido o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal em 2 de janeiro e viajou de férias cinco dias depois. Ele não estava no Brasil no domingo (8), quando bolsonaristas atacaram os prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto.

O então secretário foi exonerado do cargo por Ibaneis Rocha (MDB) na mesma data, horas antes de o emedebista ser afastado do governo do Distrito Federal por ordem do STF.


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