BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocou o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional -o número 2 do órgão- em meio à crise provocada pelos atos do dia 8 de janeiro.
Foi exonerado do cargo o general Carlos José Russo Assumpção Penteado, que passará à situação de adido do gabinete do comandante do Exército. O oficial é muito próximo e considerado homem de confiança do ex-chefe do GSI no governo Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno.
Em seu lugar, assume a secretaria-executiva do GSI o general Ricardo José Nigri. Trata-se de um homem respeitado dentro das Forças Armadas, que já foi oficial de gabinete do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. Nos bastidores, comenta-se que se trata de uma indicação do Exército e não do atual chefe do GSI, o general Gonçalves Dias.
As mudanças no comando do GSI foram publicadas em edição-extra do Diário Oficial da União na noite de segunda-feira (23). Elas foram assinadas pelo vice-presidente e presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), e pelo ministro da Defesa, José Múcio.
O novo secretário-executivo do GSI vinha atuando como chefe de Missões de Paz e Aviação, além de inspetor-geral das Polícias Militares. Ele também já foi comandante da Aviação do Exército, em Taubaté (SP)
Além da secretaria-executiva, houve duas mudanças de posições importantes da pasta, com dois militares invertendo os seus cargos. O general Marcius Cardoso Netto assume a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI, deixando o cargo de chefe da Assessoria de Planejamento e Gestão do Departamento-Geral do Pessoal.
O general Carlos Feitosa Rodrigues faz o caminho inverso.
Além disso, foi publicada a dispensa do coronel Luís Antonio Correia Lima, que ocupava o cargo de assessor militar do ex-secretário-executivo.
Após o ato de 8 de janeiro, o governo intensificou a dispensa de militares que trabalhavam no Palácio do Planalto, em órgãos como a presidência da República, a vice e alguns ministérios. Apenas na semana passada, 84 integrantes das Forças Armadas deixaram seus cargos no palácio.
Após os ataques, o presidente externou em diversos momentos a sua desconfiança. Em entrevista à GloboNews, afirmou que a inteligência do governo federal "não existiu" às vésperas do ato.
Além do chefe do GSI, general Gonçalves Dias, aumentou a pressão sobre o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, por suspeitas que as Forças Armadas não atuaram para impedir a vandalização do palácio, além de serem lenientes com os acampamentos golpistas, em frente ao quartel-general, em Brasília.
No sábado (21), Lula demitiu o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, em meio a uma crise de confiança aberta com as Forças Armadas
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