BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Embora a aprovação na ONU de uma resolução pedindo a retirada das tropas da Ucrânia esteja sendo vista como um gol da diplomacia brasileira, o Itamaraty adota tom de cautela em relação à expectativa de fim do conflito.
A cúpula da pasta avalia ser necessário ter a consciência de que se trata apenas do primeiro passo em uma longa caminhada. Em um primeiro momento, inclusive, a expectativa é de que a guerra ainda escale e dure por algum tempo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve conversar com o ucraniano Volodimir Zelenski na próxima semana; os detalhes estão sendo acertados. Só a partir daí deve-se caminhar em direção à construção de um grupo que trabalhe mediando um acordo de paz, ainda assim, a médio prazo.
Lula recebeu no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (23) o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, que o atualizou das reações internacionais positivas à posição brasileira em favor do diálogo. Também o posicionou sobre a aprovação da resolução da ONU.
A Assembleia-Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira (23) uma resolução que condena as "nefastas consequências humanitárias" da invasão da Ucrânia pela Rússia, exige a retirada das tropas do país e se compromete com a promoção da paz na região.
O Brasil, que em outras votações sobre o conflito havia optado pela neutralidade, votou a favor da resolução. O texto teve 141 votos a favor, 7 contra e 33 abstenções.
A aprovação se deu após o vice-chanceler Mikhail Galuzin afirmar à agência estatal russa Tass que o país está analisando a proposta feita por Lula de criação de um grupo de países não envolvidos na Guerra da Ucrânia para tentar mediar uma saída pacífica para o conflito.
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