SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - José Rainha Júnior e Luciano de Lima, que lideram a FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade), foram presos neste sábado (4) na região do Pontal do Paranapanema, interior São Paulo, sob suspeita de extorquir fazendeiros. A FNL diz que a prisão teve "cunho político".
O líder sem-terra José Rainha Jr., em imagem de 2016 Moacyr Lopes Junior - 07.mar.2016/Folhapress **** "As operações visam a apuração do ciclo de violência decorrentes de extorsões e dos disparos de arma de fogo, incluindo fuzil, o que colocou em risco número indeterminado de pessoas", afirmou a Polícia Civil em nota.
O secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, se manifestou em uma rede social.
"José Rainha Júnior e Luciano de Lima, líderes da FNL, foram presos pela nossa Polícia Civil. Parabenizo os policiais envolvidos nessa missão, que contam também com o apoio da Polícia Militar para garantir a segurança em nosso Estado."
Em nota, a FNL pediu a liberdade de seus dirigentes ao atribuir as detenções a "cunho político" com "nítida relação com a jornada de ocupações do Carnaval Vermelho, sendo um ato de retaliação aos lutadores do povo sem terra".
A nota da Polícia Civil negou a acusação ao afirmar que as detenções "em nada se confundem com os atos decorrentes do Carnaval de 2023, quando um grupo invadiu nove propriedades rurais".
"A FNL ganhou força nos últimos anos ao realizar jornadas de luta no carnaval", diz o movimento.
"O objetivo do Carnaval Vermelho é trazer para a discussão a contradição de sermos um dos países que mais produzem alimentos no mundo, porém, temos mais de 125 milhões de brasileiros com alguma insegurança alimentar."
"O Carnaval Vermelho deste ano despertou a fúria do agro e de seus consortes e até o mercado andou nervoso. Afinal, pode ter um exército de famintos no país, mas terras sendo divididas entre os mais pobres é um crime ao qual o agronegócio e o capital não toleram", disse a FNL em nota.
"Exigimos a liberdade imediata dos nossos companheiros, que têm o direito garantido pelo Estado Democrático de Direito de responder a qualquer acusação em liberdade", diz. "Não podemos tolerar que o Estado aja de maneira arbitrária contra quem luta."
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