BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Rosa Weber, criticou , nesta quarta-feira (8), a falta de representatividade feminina nos tribunais, apontando que a baixa presença de mulheres também é um "déficit para a democracia".

Rosa é a terceira mulher a integrar o Supremo desde a fundação da Corte ?em contrapartida, outros 169 homens já passaram pelo tribunal. Antes dela, foram nomeadas as ministras Cármen Lúcia, indicada por Lula em 2006, e Ellen Gracie, já aposentada, indicada por Fernando Henrique Cardoso em 2000.

O déficit de representatividade feminina significa um déficit para a própria democracia brasileira. Reverter essa disparidade histórica é imperativo que nos desafia a todos."Rosa Weber, presidente do STF

A ministra relembrou ainda que no STJ (Superior Tribunal de Justiça), presidido pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, há somente seis ministras entre os 33 integrantes do tribunal. A própria Maria Thereza é a segunda mulher a comandar a Corte.

"E tanto lá como cá, pela mesma desproporção na origem, o exercício da presidência da ministra Maria Thereza é motivo de júbilo", afirmou.

Mesmo quando nós mulheres logramos ocupar o espaço institucional, maior é o esforço a despender para sermos ouvidas em pé de igualdade aos homens."Rosa Weber, presidente do STF

A ministra discursou no evento "O Olhar Delas", promovido pelo tribunal no Dia Internacional da Mulher com participação da médica e pesquisadora Margareth Dalcomo, a atriz Regina Casé e a representante do povo Piratapuya Alcineide Cordeiro.

Mais cedo, a ministra Cármen Lúcia também afirmou que ainda há um "longo caminho" para que a data do Dia Internacional da Mulher seja apenas de comemoração. "Somos uma sociedade brasileira de muitas humanidades, mas com muitas desumanidades", disse.


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