SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou à rede de TV CNN nesta quarta-feira (8) que um pacote de presentes encaminhado pelo governo da Arábia Saudita em 2021 foi incorporado ao acervo privado dele, mas negou ilegalidades.

O pacote, que inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard, estava na bagagem de um dos integrantes da comitiva que tinha visitado o país árabe naquele ano e não foi interceptado pela Receita Federal na chegada ao Brasil, diferentemente de outro pacote de joias avaliado em R$ 16,5 milhões.

À rede de TV, sem dar mais detalhes, Bolsonaro afirmou: "Não teve nenhuma ilegalidade. Segui a lei, como sempre fiz".

No último sábado (4), em evento com a direita americana nos EUA, o ex-presidente não havia mencionado esse outro pacote ao dar explicações sobre os presentes enviados pelos sauditas. A existência desse segundo conjunto de joias e sua ida ao acervo privado de Bolsonaro foi revelada pela Folha em reportagem publicada no domingo (5).

"Eu agora estou sendo crucificado no Brasil por um presente que não recebi. Vi em alguns jornais de forma maldosa dizendo que eu tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso", afirmou na ocasião.

A apreensão de joias vindas da Arábia Saudita na Receita Federal em Guarulhos (SP) foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo na última sexta-feira (3). A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar o caso, e a Receita divulgou nota afirmando que o governo Bolsonaro não seguiu na ocasião os procedimentos devidos para a incorporação dos objetos ao acervo público. Esse conjunto apreendido com a comitiva do então ministro Bento Albuquerque, tem valor estimado em R$ 16,5 milhões.


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