SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (UOL-FOLHAPRESS) - O senador Omar Aziz (PSD-AM), recém-eleito para presidir a Comissão de Transparência e Fiscalização, disse que vai investigar a possível relação entre a venda de uma refinaria e as joias recebidas como presente do governo da Arabia Saudita pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

Aziz disse que a comissão vai investigar a venda da refinaria da Petrobras Landulpho Alves (RLAM), localizada na Bahia. Segundo ele, a negociação foi feita abaixo do preço de mercado.

Conforme o político, a refinaria era avaliada em aproximadamente US$ 3 bilhões e foi vendida por US$ 1,8 bilhão em 2021.

O senador disse que, na semana que vem, se reunirá com os integrantes da comissão para definir os primeiros passos da investigação. Ele pedirá informações apuradas pela Receita Federal e pela Polícia Federal.

A refinaria foi vendida para o grupo Mubadala Capital, um fundo de investimentos de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Aziz quer investigar a possível ligação do baixo valor pago com as joias dadas pela Arábia Saudita ao governo Bolsonaro. Os países são vizinhos.

Uma caixa de joias, que seria um presente para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, foi avaliada em mais de R$ 16 milhões e houve tentativa de entrada ilegal do material no país.

Esse estojo de joias foi apreendido pela Receita Federal em outubro de 2021, quando membros do governo tentavam entrar no país sem declarar os bens.

Aziz disse que a comissão já enviou um pedido de documentos à Petrobras acerca da avaliação de preço da refinaria.

Ao UOL, Aziz disse "não estar julgando ninguém". "A forma como se deu o caso foi bastante estranha. Se fosse uma propina de 3 milhões de euros, seria muito difícil transportar num voo normal. Mas isso, transformado em diamante, que não perde nunca o valor... [Há] valor agregado ali", afirmou o senador.

A Landulpho Alves, agora chamada Marataipe, produz diesel, gasolina, óleo combustível e bunker, além de produtos especiais, como parafina e propeno.

Omar Aziz foi presidente da CPI da Covid em 2021. A comissão investigou erros e omissões do governo Jair Bolsonaro na condução da pandemia. No relatório final, a CPI indicou possíveis crimes que teriam sido cometidos por Bolsonaro, que foi apontado como um dos atores principais para o agravamento da doença no país.


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