BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem sido aconselhado a endurecer com os parlamentares mais radicais recém-eleitos.

A avaliação de deputados moderados e de centro é que Lira corre o risco de perder o controle e acabar sendo desmoralizado. Segundo eles, o presidente tem força e respaldo da maioria para adotar medidas duras.

Nesta quinta-feira (22), por exemplo, o presidente da Casa foi confrontado por Carlos Jordy (PL-RJ), aliado da família Bolsonaro. O deputado questionou se iria "começar agora" a proibição de tratar de outros assuntos durante a orientação das bancadas.

"Ela existe, deputado Carlos Jordy, e vossa excelência não vai ficar discutindo comigo daí de baixo. Não pode vossa excelência fazer isso. Vossa excelência vai respeitar. Todos vão", rebateu o presidente.

O alerta se acendeu depois de dois episódios próximos vistos com gravidade pelos moderados. O primeiro foi protagonizado pelo novato Nikolas Ferreira (PL-MG) que usou a tribuna para fazer uma fala transfóbica.

Lira chegou a repreendê-lo e disse que o plenário da Casa não é "palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos".

Não foi suficiente. Dias depois, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) publicou uma foto carregando uma carabina com uma referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lira afirmou aos líderes que o procuraram que pretende coibir a situação montando um Conselho de Ética forte e independente para dar resposta a esses episódios.

Ele tem afirmado que não pode colocar uma mordaça nos novatos, mas que eles precisam entender que são responsáveis por quaisquer ações que tomarem.

O Conselho de Ética não entrou no acordo pelas comissões fechado na semana passada. Os líderes devem se encontrar nesta quinta-feira (23) para escolher os titulares e a presidência.


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