BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (24) que vai liberar R$ 3 bilhões em emendas para municípios após queixas de parlamentares.

O montante é anunciado às vésperas da Marcha dos Prefeitos, evento da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), que ocorre em Brasília na próxima semana.

"Esses recursos só vão chegar graças ao diálogo e à cooperação entre o Congresso e o governo federal. As emendas foram apresentadas por parlamentares de diversos partidos e o governo analisou todas elas com base em critérios técnicos", disse nas redes sociais.

Emendas são recursos para deputados e senadores enviarem para obras e projetos em suas bases eleitorais, com ganho de capital político eleitoral.

De acordo com o ministro, os recursos das emendas parlamentares servirão para a "retomada de obras e implantação de diversos projetos" em cerca de 3.000 municípios

O Palácio do Planalto vinha sendo criticado por parlamentares pela demora em nomeação de indicados para cargos no Executivo federal e na liberação de emendas.

De acordo com auxiliares palacianos, os R$ 3 bilhões são referentes a restos a pagar de anos anteriores -- promessas não cumpridas do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Como mostrou a Folha de S.Paulo, contudo, a queixa dos parlamentares se estende também aos recursos deste ano, que são muitos mais vultosos do que os anteriores.

Além disso, líderes do centrão têm usado o impasse sobre o rito das medidas provisórias no Congresso para reforçar o recado ao Planalto de insatisfação com a articulação política do governo.

O atrito entre Câmara e Senado sobre a análise das MPs travou propostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O governo caminha para completar três meses e, segundo a cúpula da Câmara, ainda falta perspectiva para o início da liberação das emendas deste ano.

A reclamação é de integrantes de partidos como PP e Republicanos. Mas também de deputados de União Brasil, PSD e MDB -siglas que têm ministérios no governo Lula. O recado tem sido levado a interlocutores do Palácio do Planalto.

Líderes reconhecem que essa insatisfação contribui para a falta de solução na arrastada batalha entre Câmara e Senado sobre as MPs. A disputa tem gerado desgaste para o governo.

Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) esperam que Lula tenha que entrar na articulação e negociar uma solução com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Lira pediu uma reunião com Lula na noite desta sexta-feira, antes da viagem para a China -o presidente embarcará no próximo domingo (26).


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