BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em uma repetição do que ocorreu na sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, a audiência com o ministro da Justiça, Flávio Dino, nesta terça-feira (11) na Comissão de Segurança e Justiça da Casa foi marcada por bate-boca, discussões, interrupções e precisou ser encerrada por seu presidente antes do final devido à desordem.
"Se lá na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] foi aquela pantomima, aqui não vai ser", chegou a dizer Sanderson (PL-RS), presidente da comissão, ainda no início das primeiras discussões --após menos de uma hora de sessão. Mas não foi o que aconteceu. No final, a audiência durou menos de duas horas.
Dentre os bolsonaristas, deputados como delegado Éder Mauro (PL-PA), Gilvan da Federa (PL-ES) e Junio Amaral (PL-MG) foram alguns dos protagonistas das discussões.
Pela base do governo, estavam presentes nomes como Orlando Silva (PC do B-SP), Duarte (PSB-MA) e Gervásio Maia (PSB-PB).
Amaral, inclusive, iniciou seu questionamento a Dino dizendo que era preciso corrigir o que houve de errado na CCJ, em referência às discussões. Mas seguiu criticando a atual base do governo, que segundo ele agia como "thutchuca contra organizações criminosas e tigrão contra manifestantes do 8 de janeiro" --o que gerou discussão.
O deputado Duarte (PSB-MA) ainda acusou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) de xingá-lo quando os microfones estavam desligados e durante um dos diversos bate-bocas da sessão.
"Repudio veementemente essa atitude inaceitável e total falta de exemplo. Irei representá-la no Conselho de Ética. Respeito é a base de qualquer diálogo", afirmou Duarte após a audiência.
Durante o encontro, Dino defendeu o fortalecimento das polícias, criticou o incentivo ao porte de armas por cidadãos comuns, disse não ver problema na visita que fez à comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, e criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Afirmou afirma que sua pasta intensificou o trabalho de monitoramento às redes de ameaça às escolas. Ele ainda acrescentou que irá abrir um edital para que governos estaduais enviem projetos de patrulhas escolares.
"Temos plataformas que estão colaborando muito, outras que estão colaborando menos que o necessário para que haja a moderação deste conteúdo de ódio, agressão, propagação de violência e apologia à violência contra crianças e adolescentes", disse o ministro, em sessão novamente marcada por bate-boca.
A sessão na Comissão de Segurança Pública foi encerrada após uma discussão de cerca de cinco minutos ininterruptos entre parlamentares do governo e da oposição.
"Senhores, senhores... senhores! Está encerrada a sessão, nós faremos uma nova convocação", afirmou Sanderson após menos de duas horas de audiência.
Na sequência, Dino deixou a sala sob gritos de "fujão" de deputados da oposição.
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