SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após críticas públicas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) por invasões realizadas durante o chamado abril vermelho, os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relacionais Institucionais) vão participar de evento organizado pelo movimento em São Paulo.

No sábado (29), o MST irá anunciar a realização da 4ª edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, entre 11 e 14 de maio. O evento volta ao parque da Água Branca após quatro anos, com a autorização do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

Após coletiva de imprensa, haverá ato de lançamento da cozinha escola Pra Brilhar Dona Ilda Martins, instalada no local, com a participação dos ministros e de lideranças do MST, como João Pedro Stédile, Ieda Matos, do restaurante Casa de Ieda, Elaine Azevedo, nutricionista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo, entre outros.

A relação do MST ficou especialmente desgastada nos casos dos dois ministros, que repudiaram as ações do movimento e foram acusados por eles de dificultarem as trocas das superintendências do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Teixeira disse à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, que as invasões do MST estressaram a relação com o governo Lula e atrasaram o plano nacional da reforma agrária. Padilha disse condenar "veementemente qualquer ato que danifique áreas e processos produtivos" e que acredita que "o movimento e outros movimentos tenham outras formas de luta que podem conquistar ainda mais a sociedade para uma causa tão importante que é a causa da reforma agrária, agricultura familiar, produção de alimentos no nosso país".

Como mostrou a coluna Painel, os dois viraram alvos de críticas do MST, que agora discute a possibilidade de rejeitar o convite para compor o Conselhão, que deverá ser criado pelo governo Lula em maio.


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