SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Servidores da Fundação Casa, do governo de São Paulo, anunciaram que entrarão em greve à meia-noite da próxima quarta-feira (3). Os funcionários, representados pelo Sitsesp (Sindicato da Socioeducação de SP), reivindicam reajuste salarial, maior segurança no ambiente do trabalho e valorização profissional.

A classe se posicionou contrária ao aumento de 5,75% anunciado pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), valor abaixo da reposição inflacionária de 6,70%.

"Teremos que entrar em greve. Nosso ambiente de trabalho não está seguro", afirma Claudia Maria, presidente do sindicato. "Se você não valoriza o profissional, ele não aguenta ficar dentro do sistema e adoece, especialmente com um convênio médico que sofrerá um aumento elevado", diz.

O sindicato também se mostrou preocupado com o fechamento de centros socioeducativos. Em abril, foi anunciada a suspensão das atividades do Complexo Raposo Tavares, que integra os centros Nova Aroeira e Ipê.

O Sitsesp solicitou requerimento, por meio do deputado estadual Teonilio Barba (PT-SP), para cobrar explicações sobre os fechamentos e se há previsão de novas instituições terem atividades suspensas. A informação consta em Diário Oficial publicado em 28 de abril.

Segundo a Fundação Casa, o movimento de fechar centros não tem relação com a greve. A entidade justifica o fechamento de Raposo Tavares pela baixa demanda de adolescentes. Os servidores que trabalhavam nas unidades Nova Aroeira e Ipê foram transferidos para centros de Osasco, Jardim Luiz e Vila Maria.

Nesta terça (2), sindicato e governo se reunirão na Casa Civil, às 14h. Estarão presentes o presidente da Fundação Casa, João Veríssimo Fernandes, e o secretário de Justiça e Cidadania, Luiz Antonio Guimarães Marrey.

Em nota, a Secretaria da Justiça e Cidadania, por meio da Fundação Casa, afirma que, entre 2018 e 2022, a instituição concedeu 18,9% de reajuste para os servidores, incluindo benefícios de vale-refeição, auxílio-creche e auxílio-funeral. Já o vale-alimentação sofreu elevação de 45,4% no mesmo período.

Leia a íntegra do posicionamento divulgado à Folha de S.Paulo pela Fundação Casa:

"A Secretaria da Justiça e Cidadania, por meio da Fundação Casa, esclarece que o Governo do Estado de São Paulo ofereceu 5.75% de reajuste salarial, inclusive sobre os benefícios (vale refeição, vale alimentação, auxilio creche e funeral), aos servidores.

A proposta foi recusada, em assembleia, no último dia 29 de abril. A Instituição reforça que, desde o início da campanha salarial, em março deste ano, vem dialogando com os representantes dos servidores e do Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo (Sitsesp).

O Tribunal Regional do Trabalho concedeu, ontem (30/05), liminar que obriga a permanência de 70% dos servidores, de cada área de atuação (Agente de Apoio Socioeducativo e Operacional, Agente Educacional, Assistente Social, Psicólogo, Enfermeiro, Auxiliar de Enfermagem, Pedagogo e Professor de Educação Física), para garantir a execução da medida socioeducativa em todo o Estado de São Paulo. Caso seja descumprida a ordem judicial relativa ao emprego de 70% dos servidores em atividades, o Sitsesp será multado em 200 mil reais por dia.

Vale destacar que, entre 2018 e 2022, a Fundação Casa concedeu 18,91% de reajuste para os servidores, incluindo os benefícios do vale-refeição, auxílio-creche e auxílio-funeral. O vale-alimentação, por sua vez, teve elevação 45,42% no mesmo período."


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