BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dois quadros do artista baiano Rubem Valentim com alusão à cultura afro-brasileira e às religiões de matrizes africanas foram retirados do gabinete do ministro da Educação.

A ausência foi notada pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que foi ao ministério pela primeira vez desde que o chefiou para tratar com o atual ministro, Camilo Santana. As obras ficavam no gabinete quando o ex-ministro despachava de lá. Camilo e Mercadante conversaram sobre instrumentos do banco para impulsionar a conectividade das escolas e estruturar projetos para ampliação do número de creches e escolas em tempo integral.

Os quadros foram localizados armazenados em uma sala da Secretaria Executiva da pasta. Eles serão restaurados e devem ser expostos novamente no gabinete, ou na galeria de ministros.

No último governo, o MEC sofreu forte influência evangélica. O ex-ministro Ricardo Vélez, por exemplo, extinguiu a Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), responsável por ações de diversidade, como direitos humanos e relações étnico-raciais.

Nascido em 1922 em Salvador, Valentim cursou jornalismo e aprendeu a pintar de maneira autodidata. Passou por uma fase figurativa e, no meio da década de 1950, voltou-se para seus ancestrais africanos, cultura na qual encontraria as características que norteariam suas pinceladas até o final da vida, em 1991.


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