BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça, Flávio Dino, travou na manhã desta terça-feira (9) novos embates com adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso. Desta vez, com os senadores Sergio Moro (Podemos-PR), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES).

Dino afirmou que Marcos do Val pode ser da Swat, mas que ele é dos vingadores. O termo alude a super-heróis do Universo Cinematográfico da Marvel.

"Não precisa de o senhor ir para a porta do Ministério da Justiça fazer vídeo de internet. Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece o Capitão América? Homem-Aranha? Então é assim que a gente faz o debate democrático", disse.

Eleito na onda bolsonarista de 2018, o senador apresenta-se como instrutor da Swat, da Nasa, do FBI e até do Vaticano. O broche da Swat que ele ostenta na lapela pode ser comprado na internet por R$ 60.

A declaração de Dino foi dada após o senador questionar o ministro sobre as ações de 8 de janeiro. "O GDias, que todo mundo dizia que não sabia de nada, apareceu nas imagens. Daqui a pouquinho, questão de tempo, vocês vão ver imagens do ministro Flávio Dino nas instalações durante o período", disse.

Em fevereiro deste ano, Marcos do Val revelou uma reunião com o então presidente Bolsonaro em que teria sido discutida uma trama golpista para revogar a vitória de Lula no pleito do ano passado, que incluía gravar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ilegalmente para constrangê-lo.

Moraes, na ocasião, afirmou que o complô envolvendo Jair Bolsonaro (PL) relatado pelo senador foi uma "tentativa Tabajara" de golpe.

O termo alude às Organizações Tabajara, empresa fictícia clássica do humor do grupo Casseta & Planeta, que virou sinônimo de qualquer ação farsesca.

Também nesta terça, Dino disse a Moro, ex-juiz da Lava Jato, que nunca fez conluio com o Ministério Público.

"Eu fui juiz. Nunca fiz conluio com o Ministério Público. Nunca tive uma sentença anulada. Repilo veementemente qualquer ofensa. Quem tem honra age assim. É a contundência dos justos."

Durante a audiência, o ministro afirmou que Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-presidente, conhece bem as narcomilícias.

Em abril, em uma repetição do que ocorreu na sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a audiência com o ministro da Justiça na Comissão de Segurança e Justiça da Câmara dos Deputados foi marcada por bate-boca, discussões e interrupções, levando ao encerramento antes do final devido à desordem.


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