Os nomes do esportista Adhemar Ferreira da Silva e do pastor ativista dos direitos humanos Jaime Nelson Wright foram incluídos no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que fica no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília. As leis foram sancionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (11) e publicadas no Diário Oficial da União.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) classifica Adhemar Ferreira da Silva como um dos maiores nomes da história do esporte brasileiro. O atleta disputou quatro edições dos Jogos Olímpicos e conquistou a medalha de ouro em Helsinque, em 1952, e em Melbourne, em 1956, tornando-se o primeiro bicampeão olímpico do Brasil.
“Ao longo de sua carreira, Adhemar também quebrou cinco vezes o recorde mundial do salto triplo e foi tricampeão dos Jogos Pan-Americanos. Além dos resultados expressivos, o brasileiro criou uma comemoração que se tornou tradicional nos jogos. Em Helsinque 1952, ao celebrar o ouro, deu a primeira volta olímpica da história em um estádio.”
Adhemar começou no esporte por acaso, aos 18 anos. Competiu pelo São Paulo e pelo Vasco, sempre treinado por Dietrich Gerner. Formado em direito, belas artes, relações públicas e educação física, falava vários idiomas, foi adido cultural do Brasil na Nigéria e colunista do jornal Última Hora. Também participou do filme Orfeu Negro, vencedor da Palma de Ouro em Cannes e do Oscar de filme estrangeiro, em 1959. Adhemar morreu em 2001.
O pastor presbiteriano Jaime Nelson Wright é descrito pelo portal Memórias da Ditadura como grande combatente da ditadura militar. Filho de missionários norte-americanos, estudou teologia e fez pós-graduação na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Voltou ao Brasil e, em 1968, assumiu a direção da Missão Presbiteriana do Brasil Central, em São Paulo.
Em 1973, seu irmão Paulo Stuart Wright desapareceu e foi assassinado por órgãos de repressão do regime militar. O pastor publicou 1,8 milhão de exemplares da edição ecumênica da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Escreveu artigos denunciando violações de direitos humanos no Brasil. Fundou, junto com Jan Rocha e Luiz Eduardo Greenhalgh, o Comitê de Defesa dos Direitos Humanos nos Países do Cone Sul.
Em 1975, participou do culto em memória a Vladimir Herzog, com Dom Paulo Evaristo Arns e o rabino Henry Sobel. A partir de 1979, trabalhou pela causa dos direitos humanos na Arquidiocese de São Paulo e coordenou o projeto Brasil: Nunca Mais, que resultou na publicação de um inventário sobre a tortura no Brasil. Morreu em 1999 em Vitória, vítima de infarto.
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