SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O senador e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União-PR) defendeu o ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) em discurso na Marcha para Jesus na manhã deste sábado (20), em Curitiba, no Paraná.

Moro discursou em cima de um carro de som, al lado de Deltan. Segundo ele, o ex-deputado foi cassado porque o Brasil "vive uma fase de ódio no coração e mente de algemas pessoas".

O senador também pediu orações. "Não só pra que nós possamos ter justiça na Terra em relação ao Deltan, mas também para afastar das sombras os corações e mentes de Brasília", afirmou.

"Deltan é a pessoa mais honrada que eu conheço, uma das melhores pessoas que já conheci. E eu digo isso sem ser um amigo próximo dele, digo isso pela admiração profissional pelo trabalho que ele fez nesse país, o quanto ele se dedicou a esse país,quantos riscos ele assumiu.", disse o senador.

Na terça-feira (16), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou o registro da candidatura de Deltan. O tribunal determinou a perda do mandato do deputado com base na Lei da Ficha Limpa.

A decisão foi por unanimidade. O tribunal entendeu que Deltan, ao deixar o cargo de procurador da República tendo 15 pedidos de abertura de processo administrativo contra ele, fraudou a aplicação da Lei da Ficha Limpa. A lei diz que membros do MP (Ministério Público) e juízes que deixarem a carreira enquanto forem alvos de processos administrativos ficam inelegíveis por oito anos.

O tribunal seguiu o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves. "Em outras palavras, quem pretensamente renuncia a um cargo (direito a princípio conferido pelo ordenamento jurídico), para, de forma dissimulada, contornar vedação estabelecida em lei (impossibilidade de disputar eleição para o cargo de presidente de tribunal), incorre em fraude à lei", disse o ministro do TSE.

Moro já respondeu a processo por motivo semelhante, deixar a magistratura para fugir de processo administrativo. Mas foi absolvido por unanimidade. O senador ainda responde a outra ação no TSE, movida pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do segundo colocado na disputa pelo Senado no Paraná, Paulo Martins. O PL aponta inconsistências na prestação de contas da campanha de Moro, como falta de comprovante de origem de dinheiro, além de omissão de receitas e de gastos. O senador nega as acusações e teve o registro autorizado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná.


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